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(Julio's POV)
Eu me assustei com o alarme do despertador, esquecendo-me totalmente que eu deveria ter desligado o mesmo ontem, recordando-me que hoje é segunda e que não precisaria do mesmo tão cedo.
Olhei para o lado e vi que Marília nem havia se mexido. Ri internamente, pelo visto, ela não é boa em acordar com o despertador.
Levantei-me e me espreguicei, andando até a janela do quarto em seguida. A movimentação na rua ainda era pouca, mas consegui enxergar o vizinho do lado carregando alguns sacos de lixo até a lixeira bem grande da rua. O casaco dele balançava violentamente, denunciando o mal tempo que fazia.
Espiei o céu e encarei aquele infinito cinza, as nuvens mais baixas e distantes, que emolduravam o fundo, estavam num tom escuro, quase grafite.
Voltei a olhar para a cama e encontrei uma imagem muito melhor do que a última que eu tinha visto. Marília estava com apenas metade do corpo coberto, de uma forma que deixava suas pernas à mostra. Seus cabelos caíam espalhados como uma cascata pelo travesseiro, deixando seu pescoço à mostra.
Sorri comigo mesmo, correndo para voltar a ocupar meu lugar ao lado dela. Eu me aproximei, depositando um beijo suave em seu rosto, vendo que ela se mexeu logo em seguida. Meio contrariada, ela virou a cabeça para o lado oposto ao que eu estava, impossibilitando que eu pudesse continuar a incomodá-la. Porém, eu não desisti.
Encostei meu corpo no dela e comecei a brincar com os fios do seu cabelo. Marília se mexeu mais uma vez, deitando-se com a barriga para cima, mas com os olhos ainda fechados.
- Qual é o seu problema em me deixar dormir? - ela murmurou, com a voz ainda arrastada e embargada de sono.
- Porque tá na hora de acordar. - respondi, apoiando minhas costas na cabeceira da cama.
- Mas a sua hora de acordar pode não ser a minha hora de acordar. - ela argumentou, ficando de lado e colocando um de seus braços ao redor do meu corpo.
- Nada disso. Minha casa, minhas regras. - pontuei, vendo-a estreitar os olhos em minha direção, mostrando-me uma língua teimosa em seguida. - Quem dá língua pede beijo, sabia?
- Mas eu não pedi nada. - sentou-se, jogando os cabelos para atrás do ombro, fingindo indiferença. - E eu ainda não escovei os dentes.
- Tá bom, senhora Mendonça. Pode ir no banheiro escovar os dentes. Tem algumas escovas novas na primeira gaveta do armário - sorri em sua direção, vendo-a se levantar para realizar o que queria. Parecendo adorável, em minha visão, vestida com minha camisa que alcançava até a metade de suas coxas.
- Ok, senhor Huff - fez uma referência desajeitada, enquanto caminhava até o banheiro nas pontinhas dos pés.
Sorri para a cena que presenciei. Alcançando, em seguida, meu celular em cima da cômoda ao lado da minha cama, desbloqueando-o e abrindo o aplicativo de mensagens, encontrando algumas. Olga avisando que na terça, no caso amanhã, não poderia tomar conta de Marcela pela tarde, já que eu havia avisado a mesma, que por conta do feriado, não haveria aula.
Entortei a boca, pensando em outras opções, enquanto respondia que não haveria problema. Tendo em mente que ela estava com um neto pra chegar, e provavelmente, o compromisso era se referido a isto.
- Papai... - a voz de Marcela veio aos meus ouvidos, olhei para onde a voz vinha, encontrando a mesma passando pela porta do meu quarto, com uma expressão sonolenta, enquanto fazia um certo esforço para subir na minha cama e se deitar ao meu lado, fechando os olhinhos. - Bom dia.
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Flashlight ● adaptação Murilia
Romansa⚠️ATENÇÃO: esta história é uma adaptação!⚠️ Uma proposta irrecusável para salvar a vida de seu irmão é o suficiente para que Marília Mendonça, uma fotógrafa destemida, conheça Murilo Huff, um jovem policial que teve seu coração partido inúmeras veze...