Sete

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LOOK

20:00

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20:00

O coquetel se deu início. Havia terminado de me vestir e notei que não tinha nenhum sapato bonito ou que combinasse com a roupa, me encarei no espelho e gostei do que vi, porém não sabia o que colocar nos pés. Resolvi ser atrevida o suficiente para pedir emprestado à Adele.

Fui em direção do seu quarto de pés descalços, bati na porta e ela deu permissão para que eu entrasse. Adele estava de costas, tentava fechar o zíper do seu vestido e falhava miseravelmente, pedindo que eu lhe ajudasse. Assim o fiz. Quando terminamos, ela se virou para mim. Nos analisamos dos pés à cabeça, não sei a opinião de Adele sobre mim... Mas ela estava incrivelmente linda. Nunca havia visto uma mulher tão bela quanto ela. O apelido que lhe dei quando era criança realmente fazia jus a sua aparência.

— Hm, eu vim perguntar se a senhora não teria um par de sapatos para me emprestar?

Adele piscou diversas vezes voltando à órbita.

— Claro, claro que sim. Só espere um momento.

Assenti.

Ela me entregou um salto alto lindíssimo, porém nunca andei com um sapato desses. Estava com vergonha de admitir, até porque não queria correr o risco de me dar outro pois havia me encantado por esses par de sapatos. Agradeci euforicamente. Involuntariamente te abracei mas não senti nenhum envolvimento seu. Nenhuma reação, era como se eu estivesse abraçando um urso de pelúcia. Adele me afastou.

— Já chega.

— Me desculpa.

— Vá calçar os sapatos antes que eu mude de ideia. Nos vemos na copa, Amélia. — Avisou. — E por favor, se comporte.

Assenti.

Me retirei do seu quarto em seguida. Coloquei os saltos ainda no corredor e senti ele machucando os meus pés, talvez Adele calçasse um número menor que o meu. Fora a dificuldade que estava em andar com eles, mas minha teimosia e vontade de usá-los era maior. Caminhei desajeitadamente até a copa, me aproximei de uma mesa onde tinha algumas comidas muito gostosas e fiquei apoiada a ela. Olhei ao redor e me dei conta que Adele entrava ao lado de seu marido. Ela era muito linda. Não canso de passar essa informação para vocês, então aguentem.

— Meu deus, e você quem é? — Ouvi um rapaz perguntar.

— Ah, oi. — Estendi a mão. — Eu sou a Amélia Gibson, senhor!

Ele me puxou pela mão, depositando um beijo casto no meu rosto. Estranhei.

— Muito prazer, eu sou o Charles Van Lian. Mas por favor, me chame apenas de você.

— Certo.

— Não sabia que o Owen e a Adele tinham uma amiga tão bonita quanto você.

Sorri.

— Obrigada, senhor... Quer dizer, me desculpe! — Sorri agora de nervoso. — É costume.

— Sem problemas. — O garçom passou com as bebidas e Charles tratou de pegar duas para nós. Ele me entregou uma. — Se importaria se eu passasse o restante da noite ao seu lado?

Arqueei as sobrancelhas.

— Ah, tudo bem.

Ele assentiu sorridente. Olhei para frente e notei que Adele nos encarava curiosamente.

(...)

Enchia a cara com as entradas que eles serviam. Charles me encarava com um sorriso de orelha a orelha, confesso que a atenção e a presença masculina não me faziam tão bem. Não sei se era o lado vaidoso dele ou se eram os homens no geral que me deixavam entediadas.

— Você é mesmo adorável.

Franzi a testa.

Eu adorável? Charles presenciava a minha pessoa tomada pelo espírito da gula, parecia que eu não comia a anos e mesmo assim ele me achava adorável? Que cara estranho.

— Já começou caviar?

— Nunca ouvi nem ouvi falar.

— É isso aqui. — Ele pegou um cavier que acabara de ser servido.

Owen e Adele se aproximaram, o braço da mais velha estava em volta do braço de seu marido. Os homens à nossa frente se cumprimentaram como velhos amigos.

— O que estão fazendo?

— Estamos conversando. Nunca ouvi falar na Amélia antes... — Me encarou. — Por onde essa maravilha andava?

Fiz uma careta com a sua melação e Adele riu disfarçadamente ao notar. Chales contou que me induziu a experimentar o caviar. Owen deu uma pilha dizendo que eu poderia gostar.

— Não acho que seja bom. Amélia não está acostumada com esse tipo de comida.

— Deixa ela, amor.

Me segurei para não revirar os olhos ao ouvi-lo dizer "amor." Ignorei o conselho de Adele e enquanto eles conversavam, engoli de uma só vez o caviar. Fiz uma careta ao sentir aquele gosto horrível e sem querer acabei cuspindo tudo em cima do homem que durante as primeiras horas passou ao meu lado. Charles se levantou em um pulo, arregalei os olhos. Owen e Adele se desculparam. Eu não sabia onde esconder a cara. Peguei uns guardanapos e tentei ajudá-lo a se limpar, mas ele apenas se afastou dizendo estar tudo bem. Owen levou Charles até o banheiro.

Encarei Adele com as bochechas coradas.

— Me desculpa.

Ela se aproximou tocando o meu braço.

— Tudo bem. — Avisou e logo em seguida umas amigas suas lhe chamaram. — Tenho que ir, quer me acompanhar? Não acho bom que fique sozinha.

Balancei a cabeça positivamente.

Porém, assim que dei o primeiro passo senti meu pé doer ainda mais. Suas amigas estavam demasiadamente longe, não conseguiria caminhar até lá sem tropeçar. Então avisei que ficaria onde estava até que Charles voltasse, Adele assentiu meio contragosto.

Norma, a mesma mulher que havia falado todas aquelas besteiras para Adele, se aproximou de mim. Revirei os olhos e ela notou. Não faria nenhum pingo de esforço para esconder o meu descontentamento em vê-la por aqui.

— A senhorita deve ser a Amélia, filha da Adelaide?

— Isso realmente foi uma pergunta? A senhora sabe muito bem a resposta. — Fui grossa. — Até outro dia estava me acusando de ser bonita o suficiente para roubar o marido da minha patroa.

A velha arregalou os olhos.

— Mas que menina atrevida!

— É, me falam muito isso. — Sorri. — Agora escuta velha coroca, não vou tolerar que volte a falar de mim daquela forma novamente, ouviu? Posso ser uma morta de fome, mas tenho princípios!

— Adele não sabe onde se meteu quando te trouxe para essa mansão.

— Se ela não soubesse, provavelmente eu não estaria aqui agora.

Norma balançava a cabeça em negação como se não estivesse acreditando no que estava ouvindo. O garçom passou por nós com uma bandeja cheia de bebidas com uma coloração avermelhada, quase puxada para o vinho. Nesse momento Normal pegou uma taça e como se tivesse tropeçado, ela virou a taça sobre a minha roupa.

Filha. Da. Puta!

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