Vinte e Seis

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— Não sei o quê dizer ou fazer, sinceramente Adele. Eu esperava tudo... Menos isso. — Abaixei a cabeça, notando minhas lágrimas caírem dentro da banheira.

— Só não quero que me olhe diferente, como se o nosso tempo estivesse acabando.

— Mas acontece que ele está.

— Amélia...

— Só me diz, o quê quer que eu faça? — Segurei seu rosto. — Faria qualquer coisa por você, Adele.

— Não depende de você, querida.

— Mas tenta, por nós?

Adele deu um meio sorriso em meio aos meus pedidos. Sei o quanto é difícil, mas ela não poderia tentar, por nós? Dane-se se estou sendo egoísta. Não quero perdê-la, sinto que não posso viver sem ela.

— Podemos só viver um dia de cada vez? Não sei o que será daqui alguns segundos, quanto mais o meu futuro.

Beijei seus lábios e voltei a abraçá-la.

Os dias foram passando bem rápido. A pressa do tempo me assustava demasiadamente. Depois da conversa que tive com Adele, ela não foi mais a mesma. Ela confessou que o diagnóstico tinha chegado há pouquíssimo tempo. Ninguém estava esperando por isso, Owen ficou arrasado ao ficar sabendo, ele implorou por perdão pela forma que ele se comportou durante o tempo em que estavam casados, mas Adele simplesmente o expulsou da mansão. Ela mandou embora a Chase e na mansão só restavam Aidan e eu. Adele não parecia muito contente em ter o Aidan na mansão, por ela, ele já estaria na rua. Depois que Owen se foi, minha única companhia era o Aidan, acho que Adele não queria que eu ficasse completamente sozinha e poupou a estadia dele aqui dentro. Depois da conversa que tivemos, Adele passou a viver trancada em seu quarto. Às vezes me impedindo de vê-la.

Hoje faz dois dias que não a vejo.

Parece que Adele não sabia mais como olhar para mim, acho que ela se arrependerá de me contar a verdade, eu me arrependo de ter perguntado.

— Toma, Amélia, acho que vai te animar. — Aidan me entregou uma rosa.

Peguei ela em minhas mãos, inalando o seu perfume agradável.

— Obrigada.

— Não sei mais o que fazer para te animar.

— Eu também não sei. — Te encarei. — Me desculpa, não queria ser tão estraga prazeres.

— Essa mansão também está um saco! Os dias parecem todos iguais.

— É.

— Mas o bom é que a patroa não vai ficar mais no nosso pé enchendo o saco.

— Não diga isso, Aidan. — Repreendi. — Daria tudo para ouvir a voz de Adele de novo.

— Você sabe porque a patroa tá assim? Será que é por causa do maridão?

— Não sei e também não te interessa.

— Nossa, não precisa ser grossa!

Levantei do balanço que Aidan havia construído entre duas árvores e fui caminhando para dentro da mansão. Precisava encontrar alguma forma de Adele se animar, ela agia como se já estivesse sem vida.

Parei em frente a sua porta e bati. Adele não respondeu e eu também não queria invadir o seu espaço. Assim que entrei no meu quarto, me deitei de barriga para cima, encarando o teto. Sinceramente eu não conseguia nem chorar mais, perdi as contas de quantas vezes fiz isso até me dar conta que as lágrimas não trariam ela de volta. Parece que Adele estava tentando fazer com que eu me acostumasse a não ter mais a sua presença, mas isso não estava funcionando. Eu precisava fazer alguma coisa, me senti tão impotente agora.

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⏰ Última atualização: Jan 30 ⏰

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