Doze

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— Eu adorei a nossa saideira de ontem, precisamos repetir a doze. — Um garoto da minha sala dizia. — Não sabia que você era tão maneira, Amélia!

— Não falei que vocês iam gostar dela.

Estava agora na sala antes das aulas se iniciarem. Acabei fazendo "amigos" no último minuto do segundo tempo, quem diria que terminaria esse ciclo com pessoas que certamente eu poderia contar caso quisesse sair ou algo do tipo.

Passei o dia todo remoendo as coisas que Adele havia me falado, não sabia explicar o que estava sentindo ao descobrir que ela nutria algo por mim também. Mesmo que fosse apenas desejo.

— Me passa depois o seu contato?

— Amélia! — Me cutucou com tudo, me tirando dos meus devaneios.

— O quê?

— O Bruce, ele quer o seu número.

Olhei para o rapaz.

— Meu celular ficou na bolsa, não sei o número de côr mas depois te passo. — Sorri.

— Fecho. — Saiu da minha mesa assim como seus outros amigos.

Lili me encarou seriamente, questionei o motivo.

— Depois vamos ter uma conversa séria, Amélia!

— O quê eu fiz?

— Tudo. Você anda muito estranha ultimamente, quase não dá atenção ao que está acontecendo à sua volta.

— Me desculpa.

— Só me diz o porque você está tão estranha, amiga. — Pediu.

Pensei um pouco e resolvi ser sincera, eu precisava desabafar com alguém ou então teria um surto a qualquer momento.

— Sabe a minha patroa?

— Sei, a Adele Winters.

— Isso... — Comprimi os lábios. — Acho que gosto dela.

— Normal, amiga. Ela cuidou de você praticamente depois que sua mãe morreu...

— Não. Acho que você não está entendendo! — Dramatizei. — Eu sinto coisas por ela. Não é admiração e nem gratidão, muito longe disso, Lili.

A morena franziu a testa.

— Vai com calma, você está me assustando. Explica isso melhor.

— Amiga, Adele e eu nos beijamos.

A garota arregalou os olhos.

— Nem fudendo.

— É sério.

— E como foi?

— Eu gostei.

— Caramba, não sabia que você preferia as milfs. — Deu risada.

— O quê é milf?

Lili sorriu de lado.

— Depois pesquisa. Mas sobre vocês duas, acho que não precisa ser tão dramática. Não é o fim do mundo, Amélia.

— Mas ela é casada, tem o dobro da minha idade, não tem como uma coisa dessas dar certo.

— Então aproveita enquanto não dá errado. — Sorriu. — Explore o que sente por ela, nem que seja apenas para saciar o seu desejo.

O professor entrou na sala.

Cortamos aquele assunto e prestamos atenção na aula.

(...)

Cheguei em casa. Joguei a mochila no chão como de costume, me jogando na cama em seguida. Peguei meu celular para pesquisar o que Lili havia dito, confesso que fiquei curiosa.

Arregalei os olhos depois de ter pesquisado aquela palavra "milf." Isso se dava às mulheres que costumavam ficar com pessoas muito mais jovens do que ela, milf seria um termo para descrever a fantasia sexual de se envolver com uma pessoa mais velha. Se o Google me proporcionasse apenas o significado da palavra seria bom, porém veio acompanhado com alguns links de conteúdo adultos e umas imagens muito convidativas para o lado carnal. Maldita curiosidade que me fez clicar no primeiro link que encontrei, mas para a minha desgraça, não notei que o celular estava no volume máximo e do nada uma mulher começou a gemer em alto e bom som. Meu celular não era um dos melhores, então vivia travando. Senti alguém me olhando e notei que se tratava de Adele que estava parada em frente a porta do meu quarto, que como sempre costumava deixar aberta.

Nos entreolhamos por alguns segundos.

Tentei tirar daquele vídeo o mais rápido possível, mas o celular havia travado. Peguei um travesseiro e coloquei em cima do celular, sentando em cima e abafando o som. Meu rosto queimava de tanta vergonha, Adele parecia chocada.

— Ah, acho que não cheguei em uma boa hora.

— E-eu... Eu não sei o que está havendo com essa porcaria de aparelho. — Cruzei os braços. — Ele vive travando e entrando no vírus. É só vírus.

— Entendi.

Continuamos a nos encarar.

— Mas o que a senhora quer? Precisa de alguma coisa?

— Sim, eu precisava que...

"Mais fundo!" (Sons de gemido)

Arregalei os olhos.

— Eu realmente acho que não é uma boa hora para gente conversar.

— Esse celular está louco!

— Hm, depois passe no meu escritório... Não consigo me concentrar com o vírus do seu celular na minha cabeça.

Assenti com a cabeça.

Adele quase saltou para fora.

Céus!

EU QUERO MORRER!!!!

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