A Bela Dama

Vinte

Paramos o carro em frente ao hotel, descemos do carro e demos as mãos para entrar no salão. Achava lindo o seu romantismo e a forma com a qual ela demonstrava, porém antes de alcançar a entrada, Adele me puxou trazendo-me de volta para o carro.

— O quê aconteceu, Adel? — Perguntei olhando para os lados e me certificando.

— A chefe do Owen aconteceu. Ela está lá dentro agora fazendo um check in.

— Acha melhor não arriscar?

— Sim, me desculpe, amor.

— Não se preocupe com isso. — Entramos dentro do veículo. — Podemos ir para outro lugar? Você disse que me levaria.

— Bem lembrado. — Sorriu enquanto colocava seu cinto. — Abriu um cinema drive-in, ele foi aberto faz umas semanas e vai ficar até hoje aberto.

— Cinema drive-in era aqueles de antigamente onde assistíamos o filme de dentro do carro? — Arqueei as sobrancelhas surpresa.

— Isso, sei que não é algo muito interessante mas...

— Tá de brincadeira! — Puxei a mesma entrelaçando meus braços ao redor do seu pescoço, depositando um beijo na sua bochecha. — Eu adorei! Vamos, vamos, vamos... — Cantarolava.

Adele deu risada.

— Vamos passar na lojinha de conveniências que tem por perto e comprar umas coisas para levar?

Balancei a cabeça em consentimento.

— O quê você achar melhor, namorada! — Sorri involuntariamente.

A mais velha franziu a testa, confesso que na hora não tinha me dado conta de como a chamei. Fui me desvencilhando dela e me ajeitando melhor no banco. Céus que vergonha, que mico, que coisa horrível, saco eu estraguei a nossa vibe? Meu deus, acho que...

— Eu achei fofo. — Afirmou fazendo com que meus pensamentos parassem de trabalhar. Sorriu apertando levemente minha mão.

Adele deu partida no carro. Paramos na loja de conveniências e compramos uma taça de vinho e uma besteirinhas para comer. Fomos chegar ao cinema cerca de quarenta minutos depois, não era muito afastado da onde estávamos, porém o trânsito estava um pouco chatinho.

O lugar estava incrível.

A aérea onde estávamos era aberta e enorme, tinha espaço pra caramba e a tela era gigantesca. Paramos o carro no meio, não muito longe e nem muito perto. Tinha pessoas que estavam sentadas na parte de cima do veículo, Adele perguntou se eu preferia ficar dentro do carro ou em cima, avisei que preferiria em cima e ela fez uma careta ao se imaginar subindo lá em cima. Dei risada. O filme já estava passando.

— Perdemos muita coisa? — Adel perguntou para uma moça assim que descemos.

— Não, não, acabou de começar.

— Obrigada.

Pegamos as coisas e demos a vida para subir em cima do carro, por fim conseguimos. Nos ajeitamos até que encontrássemos uma posição confortável, em seguida prestamos atenção no filme enquanto bebíamos e comíamos.

Em um certo momento me peguei encarando a mulher ao meu lado. Sorri de forma automática toda vez que ela ria de alguma cena do filme que passava, acompanhada com a risada dos outros que também assistiam. Ela deu um gole do vinho e me entregou a garrafa em seguida.

Sinceramente contato físico era incrível, mas um contato com o que estávamos tendo agora era simplesmente perfeito. Inexplicável. É engraçado como as coisas dão tão certo, antes de começar a dar errado...