Dez

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Entrei no meu quarto e tranquei a porta, apoiando minhas costas. Levantei a cabeça para o alto e tentei respirar fundo, contando até dez. Um calor subia por todo meu corpo, chegava a ser insuportável a excitação que estava sentindo.

Olhei para o relógio e vi que já estava dando quase o horário, eu precisava me arrumar para sair com Lili, mas depois do que rolou sentia até mesmo as minhas pernas trêmulas. Separei uma peça de roupa e depois fui para de baixo do chuveiro, deixei na água fria para ver se pelo menos isso saciava o meu calor. Saí de dentro do box depois de um longo período de tempo, enrolei a toalha no meu corpo e caminhei até minha cama.

— Amélia? — Ouvi sua voz do outro lado da porta, o que me fez engolir a seco.

Abri sem me importar de estar só de toalha.

— Fala?

Ela me encarou dos pés à cabeça.

— Vai sair ainda?

— Sim, eu prometi que iria.

— Não quer mudar de ideia? — Inclinou a cabeça para o lado.

— Como?

— Se preferir ficar, eu posso passar mais tarde no seu quarto? — Perguntou timidamente, quase não consegui ouvir devido ao volume da sua voz.

Não sei explicar a sensação que tive ao ouvi-la dizer aquelas coisas. Olhar nos seus olhos, vê-la naquele estado tão vulnerável era demasiadamente bom, sentia como se pudesse fazer qualquer coisa com ela. Era nítido que Adele sentia algo por mim, assim como eu sentia por ela. Mas tinha medo de onde isso poderia chegar.

— E o Owen?

— Não dê importância a ele. — Mordeu o lábio inferior ao me mirar novamente. — Deixa que eu cuido de tudo, tudo que precisa fazer é ficar onde está.

— Não acho que seja uma boa ideia.

Adele suspirou.

— De qualquer forma, passarei aqui. — Sorriu. — Nunca se sabe o que pode acontecer.

Não respondi.

Na verdade, ela tinha me deixado novamente sem palavras. Então a mais velha se afastou lentamente, observei ela andando em passos lentos, enquanto sua camisola curta tratava de subir a cada movimento.

(...)

— TERRA CHAMANDO AMÉLIA! — Lili exclamou devido ao volume que a boate estava.

Resolvi sair da mansão para me encontrar com Lili. Simplesmente não conseguia me manter focada. Logo me arrependi, e céus, o quê vocês fariam no meu lugar? Tinha medo do que poderia acontecer caso ficasse sozinha naquele quarto, esperando por Adele, quem garante que ela viria?

— Amélia, você está bem? — Passou na minha frente, segurou meus ombros olhando nos meus olhos.

— Sim, não é nada.

— Então vamos aproveitar, a gente quase nunca sai!

— Tem razão, me desculpe! — Peguei a sua mão arrastando em um canto aleatório da boate. — Eu preciso de uma bebida.

— Nós precisamos!

Pedimos dois shots e viramos de uma vez. O barman não fez nem questão de pedir os documentos, viramos mais duas doses e depois fomos para o meio da pista dançar. Não precisamos gastar com nada além dos shots, dois caras fizeram questão de nos bancar. Idiotas.

Dançamos. Bebemos. Aproveitamos cada segundo do nosso tempo juntas.

Em um momento super aleatório da noite, Lili entrelaçou seu braço em volta do meu pescoço, encarou meu rosto e em seguida meus lábios. E não demorou muito até começarmos a nos beijar. Os caras deram risada impressionados. Quando nos afastamos, notamos a presença de mais alguns colegas que após ver uma postagem de Lili nossa no Instagram, resolveram se juntar a nós.

Cheguei na mansão às 4:00 horas da manhã. Céus! Amanhã o dia prometia, mas não tanto como essa noite.

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