Vinte e Dois

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Adele realmente me pediu um tempo?

Corri em direção ao meu quarto, me jogando na cama e chorando muitíssimo. Que ódio que eu estava sentindo, era uma mistura de sentimentos. Não sei se fui muito dura com Adele, mas precisava colocar para fora o que estava sentindo. Não suportava mais vê-la ao lado daquele homem, sinceramente não sei o que será da nossa relação daqui pra frente. Fiquei um bom tempo trancada no meu quarto, só saí por causa de Aidan que começou a bater na minha porta.

Dei permissão para ele entrar.

— Como foi com a patroa? — Quis saber. — Você está com uma cara horrível, ela brigou com você?

— Não.

— Porquê estava chorando?

— Não estava. — Me ajeitei indo até a porta. — Acho melhor só voltarmos ao trabalho, tudo bem?

— Comigo sim, mas você não parece estar bem.

— Eu estou! — Afirmei. — Só estou estressada com a última semana no colégio. — Forcei um sorriso. — Obrigada pela preocupação, Aidan.

Saímos do meu quarto.

— Se for se sentir melhor, posso fazer o que quiser para te animar. Hoje a senhorita será a minha patroa! — Dizia me fazendo sorrir.

— Pode começar me carregando? Odeio descer as escadas da mansão. — Brinquei.

Aidan se agachou.

— Suba!

— O quê? Não! — Comecei a rir. — Só estava zoando.

— Negativo, pode subir, patroa!

Balancei a cabeça para os lados sem acreditar. Posicionei as mãos em seu ombro em seguida, subindo nas suas costas. Entrelacei os braços envolta do seu pescoço.

— Se me derrubar, eu te mato!

— Pode ficar tranquila!

Começou a andar, aumentando a velocidade dos seus passos.

Descemos a escada dando muita risada, chegando no último degrau, Aidan quase tropeçou fazendo meu coração errar as batidas. Mas nada se comparou ao tom de voz enfurecido de Adele ao ver a graça que fazíamos. Não vou negar, sabia muito bem que ela poderia nos ver nessa situação, era tudo o que precisava para desestabilizá-la. Infantil da minha parte? Talvez.

Desci das costas de Aidan e nos viramos para encarar a mais velha.

— Aidan, alguma vez eu já fiz parecer estar brincando?

— Não, senhora.

— Então o que te faz pensar que essa mansão é um parque de diversões?

Entrei no meio.

— Se for chamar atenção de alguém que seja a minha.

— Agora não, Amélia.

Se aproximou do rapaz que já se encontrava trêmulo de medo.

— Não te paguei para ficar de graça, porque não começa fazendo o seu serviço?

— Já adiantei boa parte ontem, está de boa.

— Não está de boa. — Falou em tom de deboche. — Vá caçar o que fazer, limpe a piscina, eu não sei, mas não quero te ver parado.

— Sim senhora, sinto muito! — Desviou o olhar. — Depois nos falamos, Baixinha. — E se foi.

Adele estreitou os olhos.

— Baixinha? — Me encarou sem entender.

— Não precisava ter tratado ele daquela forma.

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