Vinte e Cinco

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Entrei no meu quarto e fechei a porta. No banheiro do meu quarto tinha o chuveiro e também tinha a opção da banheira, como meu corpo estava meio dolorido do dia agitado que tive hoje, resolvi usar a banheira mesmo. Deixei ela enchendo enquanto me tirava minhas vestes. Minutos depois eu entrava dentro da banheira com a água quentinha, fechei os olhos sentindo todo o meu corpo relaxar. Quando resolvi abrir os olhos notei que Adele estava em frente a porta do banheiro, tomei um leve susto no início, mas depois acabei me acostumando com a sua presença. Ela sorriu docemente me fazendo retribuir.

— Desculpa, a porta estava aberta.

— Não tem problema.

— Eu posso? — Perguntou se referindo a entrar na banheira. Arregalei os olhos.

— E se o Owen...

— Ele sabe da gente, Amélia, ele sempre soube.

Arqueei as sobrancelhas surpresa.

Mas por fim dei permissão para que Adele entrasse na banheira. Ela abaixou as alças da sua camisola e deixou que ela escorregasse pelo seu corpo, em seguida fez um coque desajeitado no seu cabelo e entrou devagar dentro da banheira. Seu corpo relaxou assim que sentiu a temperatura da água, com nossas mãos na beira, Adele fez questão de entrelaçar os nossos dedos como se tivéssemos segurando na mão uma da outra. Ela sorriu e eu também, mas o meu semblante foi dando passagem a uma expressão de preocupação ao ver que seus olhos enchiam de lágrimas.

— Adel... Tudo bem?

— Sim. — Ela enxugou uma lágrima solitária com a mão livre. — Mas, Amélia, a gente precisa conversar.

— Tá, pode me falar qualquer coisa.

Ela ponderou suas palavras por um longo período, porém dei o tempo que ela precisasse antes de começar o nosso diálogo. Algo me dizia que ele seria doloroso demais. E então ela se recompôs.

— Amélia, preciso mesmo que aceite essa proposta de emprego do Charles.

— Adele, se esse for o assunto, prefiro o nosso silêncio.

— Me deixe falar, por favor.

Abaixei a cabeça.

Assentindo meio relutante.

— Quero que aproveite o melhor que essa vida tem para te oferecer, meu amor, mesmo que não seja comigo.

— Mas, eu não quero.

— Você quer sim, eu sei disso. Posso ver seus olhinhos brilhando só de ouvir que tem outra coisa melhor lá fora te esperando, mas não pode deixar isso de lado por minha culpa.

— Não quero deixar você. — E novamente as lágrimas me venciam. — Porquê está fazendo isso comigo?

— Você realmente quer a resposta?

— Sim, seja lá o que for.

Adele apertou levemente minha mão como se estivesse tomando coragem para dizer as seguintes palavras:

— Eu te amo. — Ela deu um sorriso largo deixando que as lágrimas caíssem sem parar. Era como a chuva caindo sobre o dia ensolarado, trazendo o arco-íris em seguida. — Quer motivo maior do que esse?

Sério, eu estava esperando tudo, menos isso.

— Então se você me ama, porque me deixaria ir?

— Sabe muito bem o motivo.

— É por causa do Owen? Sente algo por ele ainda?

— Não. Meu coração agora só pertence a você, meu amor.

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