Catorze

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Quando cheguei no meu quarto, senti uma pontada de decepção, mas no fundo entendia o lado de Adele. Mas é impossível me afastar da pessoa que eu passo literalmente o dia todo junto. Agradeci mentalmente por amanhã ser sábado, o final de semana costumavam ser meus dias prediletos. Tirei a minha camisa manchada de café e a minha saia do colégio para lavar, quase não tinha uniforme e não podia correr o risco de perder este daqui.

Ouvi batidas na minha porta e dei autorização para que entrasse, sabia que a única pessoa que poderia ser era a Adele.

— Licença, Amélia.

— Pode falar, senhora. Precisa de mais alguma coisa?

Adele desceu seu olhar ligeiramente pelo meu corpo, olhei para baixo esquecendo que estava somente de calcinha e sutiã.

— Me desculpa! — Corri para o banheiro e peguei uma toalha para me enrolar. — Desculpa mesmo, senhora! Pode falar ago... — Parei de falar ao notar que Adele havia sumido. Que mulher mais estranha, pensei.

Não fiz o mínimo de esforço para ir procurá-la, se fosse algo sério tenho certeza que ela já teria dito.

Aproveitei para tomar banho, coloquei uma roupa confortável e fui dormir.

(...)

O dia amanheceu bem quente. Parece que o sol estava escaldante, acordei com o corpo todo suado. Fiz uma careta. Levantei da cama e fui correndo tomar um banho gelado, realizei minha higiene matinal embaixo do chuveiro e quando terminei, fui vestir o uniforme.

Já pronta adiantei alguns afazeres da mansão.

Preparei um café da manhã mais fresquinho como: salada de frutas, sucos naturais e um iogurte light. Alguns minutos após o café estar pronto, Adele desceu como uma deusa. Ela vestia shorts de tecido leve e uma blusinha que casava perfeitamente com a parte de baixo. Ela ficou ainda mais atraente com roupas despojadas.

Se sentou à mesa e começou a servir.

— Bom dia, senhora.

— Bom dia.

— Se precisar de mais alguma coisa, estou na cozinha.

— Amélia, quero que se sente e coma comigo.

Franzi a testa.

— Sério? A senhora nunca permitiu que me juntasse à mesa.

— Não faz o menor sentido a gente comer cada uma em um canto. — Me encarou. — Sente-se.

Estranhei.

Mas não quis contradizer.

Me sentei à mesa e comecei a me servir, timidamente.

— Depois quero que ajeite a área da piscina.

— Já fiz. — Afirmei vendo a cara de surpresa de Adele. — Eu sei o quanto a senhora detesta passar calor. — Sorri.

Peguei um copo com salada de frutas e levei uma colher na boca.

— Hoje eu quero que você me acompanhe.

Quase me engasguei, tossi um pouco recebendo o olhar de estranheza da minha patroa.

— Sem chances, não sei nadar.

— É por isso que vou te ensinar, Amélia. Você me deu um baita susto na noite do coquetel.

— Não tenho roupa de baixo para entrar na água.

— Te empresto uma.

Nos entreolhamos.

— Tem certeza?

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