Você sabe.

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Esse capítulo está menor pois é a continuação do anterior. Comentem bastante e digam o que sentiram enquanto liam.

Comentem mesmo e votem, hein, gostosos! Esse capítulo está intenso, muito intenso.

Boa sorte.

Jungkook

"Você nunca realmente entende uma pessoa até que considera as coisas do ponto de vista dela... até que se mete na pele dela e anda por aí." (Harper Lee, o Sol é para todos)

Eu paralisei.

Era como se o tempo tivesse congelado, como um relógio que de repente parou de bater, enquanto todas as emoções de 17 anos se amontoavam como uma avalanche prestes a desmoronar.

Todas as memórias, as lembranças, as canções, os toques e palavras me atingiram como uma onda pesada e intensa. Toda aquela dor reprimida… ah, eu finalmente diria, eu cuspiria tudo, gritaria e finalmente tiraria toda aquela culpa.

Pelo menos eu acho que sim.

Ver a minha mãe na minha frente depois de quase dezessete anos foi uma das sensações mais desagradáveis que eu já pude sentir. Ela estava bonita, parecia bem. Eu senti vontade de chorar, senti vontade de sair correndo e de vomitar. Queria quebrar todas as coisas que eu via na minha frente, meu corpo ainda estava travado, meus olhos arregalados e focados nela, sem quebrar o contato visual.

Eu não sabia o peso da dor que eu senti durante todos esses anos, eu apenas guardava e acumulava. Eu nunca me permiti sentir verdadeiramente, nunca pensei em como ela me fazia falta e em como eu ignorava esse fato.

Ou melhor, eu entendia sim, eu sabia, mas ignorava.

Ignorar é mais aceitável.

Mas, sabe, eu sou um mentiroso.

Você realmente ignorava? Ignorava mesmo, Jungkook? Diga para si mesmo se realmente tinha essas atitudes quando você sempre cantava parabéns sozinho para ela em seus aniversários. Como sempre escrevia cartas que nunca foram enviadas. Como fazia desenhos durante a sua infância e adolescência, sobre como comemorava o dia das mães e rezava para quem quer que fosse para lhe trazer ela de volta.

Diga a todos o quão mentiroso e patético você é, Jeon Jungkook. Diga!

— Filho...

Filho.

Uma simples palavra, uma única maldita palavra fez com que eu sentisse a dor intensa de um soco sendo depositado em meu estômago com força. Sua voz… ela não mudou nada, continua a mesma voz que cantava pra mim, a mesma voz que um dia apontou o dedo na minha cara e olhando no fundo dos meu olhos me disse que eu era um mentiroso, um covarde.

— Não me chame de filho! Você não tem esse direito. — Me afasto com violência, sentindo meu corpo todo formigar.

Minha garganta estava se fechando em um bolo, meu coração brincava de pula-pula e minhas pernas estavam moles. Mas, mais uma vez, ignorei todos os sentidos, todos os avisos de uma possível crise.

Eu não vou passar por isso, não em sua presença.

A chave da minha Síndrome do Pânico.

Era uma vez um artista | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora