Te escrevo porque te venero, porque eu te amo. II (Capítulo especial)

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Durante um ano inteiro, Jungkook se entregou com profundidade à escrita de cartas para Jimin.

Cartas destinadas ao seu artista.

Escrever se tornou sua única válvula de escape para a dor, a melancolia e as crises depressivas que o afligiam. Cada palavra era um reflexo de suas emoções mais íntimas, uma maneira de processar e entender o sofrimento que carregava. As cartas se transformaram em um refúgio, um espaço onde ele podia expressar o que não conseguia dizer em voz alta.

Enquanto suas palavras fluíam para o papel, Jungkook encontrava algum alívio para sua realidade dolorosa. Cada carta era uma tentativa de conectar-se com Jimin, mesmo na ausência dele, e de encontrar um pouco de paz em meio à turbulência emocional. Escrever era mais do que um exercício de superação; era uma forma de manter viva a memória de Jimin e de manter a esperança de que, um dia, seu artista pudesse ouvir e sentir o amor e a dor que ele depositava em cada linha.

🎨🌊

Outubro 2022.

Querido Galego,

Escrevo essas linhas com o coração apertado e o peito cheio de saudades. Já faz um mês que você se foi, mergulhado nessa droga de sono profundo que parece não ter fim. E eu? Eu estou aqui, perdido sem o seu riso fácil, sem seu jeitinho de iluminar até os dias mais nublados. Desculpe por não estar aí o tempo todo, meu mel. É que aceitar essa realidade tem sido uma barra pesada.

Todo dia é uma luta para não desmoronar. Sinto tanta falta de tu, de nossa vida juntos, das brincadeiras, dos abraços quentes, das conversas fiadas no sofá. Ô, como eu queria que você acordasse agora, pra eu te contar o tanto de amor que ainda transborda aqui dentro.

Fico pensando se, de algum jeito, você consegue sentir minha presença aí. Se escuta, lá no fundo, quando eu falo baixinho que te amo e que tô aqui, te esperando. Rezo, peço a todas as divindades possíveis, a Deus, a todo mundo, que você encontre o caminho de volta pra mim, que a gente possa continuar dividindo essa vida, enfrentando tudo junto, de mãos dadas, como sempre fizemos.

Eu sei que a situação tá preta, mas sigo acreditando na força do nosso amor. Na esperança de um amanhã melhor, de um futuro onde a gente possa sorrir de novo. Não desiste de lutar, Galego. Eu tô aqui, com todo o meu amor, segurando a onda por nós dois.

Com amor e saudades,
Seu baianinho.

Novembro, 2022.

Galeguinho lindo,

Mais um mês se passou e aqui estou, de novo, tentando colocar no papel tudo que sinto. Não é fácil, viu? Às vezes parece que as palavras não dão conta de expressar a saudade que eu tenho de tu. Tudo aqui em casa ainda tem o seu cheiro, a sua energia. E, meu Deus, como isso me conforta e me dói ao mesmo tempo.

Passei a tarde no nosso cantinho na praia, lembrando dos nossos dias ensolarados, de você me chamando pra entrar na água, de nós dois correndo pela areia. E quando a maré subia e a gente ficava ali, deitado na canga, rindo à toa, sem se preocupar com nada. Ô tempo bom que não volta mais... Mas eu sei que esses momentos não foram em vão. Foram a prova viva do amor que a gente construiu.

Eu sinto sua falta, Galego, de um jeito que chega a doer no fundo da alma. Sua ausência é um buraco que nada consegue preencher. Mas eu sigo aqui, firme, porque forte é uma palavra muito forte (pegou?), esperando o dia em que você vai abrir esses olhos lindos e sorrir pra mim de novo. Eu acredito, meu mel, acredito de verdade que esse dia vai chegar.

Até lá, vou continuar te escrevendo, falando contigo em pensamento, lembrando de tudo que a gente viveu. E vou seguir te esperando, porque esse coração aqui é teu, e sempre será.

Era uma vez um artista | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora