Quando tudo parece como nos filmes, você sangra só para saber que está vivo.

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Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar
(De Janeiro a Janeiro)

🎨🌊

Já faz dois dias que o Jimin está no hospital desacordado. Eu já surtei, chorei, tive crise de pânico e agora estou aqui, deitado na cama dele com o Bolinho de Chuva encolhido sob meu peito. O Namjoon também está, porém na cozinha fazendo alguma coisa para comermos.

O cheiro de morango ainda está impregnado nas roupas de cama. Toda vez que eu suspiro, esse aroma invade meu peito, me trucidando. É quase insuportável, um lembrete constante dele, do Jimin. Cada respiração carrega essa mistura que, em vez de acalmar, faz meu coração se encher ainda mais de preocupação e saudade.

Eu estou dopado de remédio.

Dois dias que eu não consigo fazer nada direito, nem à faculdade eu estou indo. Espero que isso não me prejudique, é que eu só… não tenho forças.

A mãe do Jimin e os irmãos estão arrasados também, eles não saíram do hospital por nada e estão ainda mais desesperados por não poderem tocar nele, por não poder sentir sua pele, seu toque, sua temperatura.

Eu estou com esse mesmo desespero.

— Ei, Kookie, vem tomar café, vem! — Namjoon me chama enquanto fica escorado na porta do quarto, me observando chorar pela segunda vez no dia, e ainda são nove da manhã.

— Eu não quero! Me deixa aqui, Namjoonie... — respondo baixo e mais lágrimas rolam de meus olhos.

— Jungkook, você não pode se entregar assim não, pô. O médico disse que pro Jimin acordar é só uma questão de tempo, vai dar tudo certo, meu menininho.

Durante esses dois dias, o Namjoon e o Jin dormiram comigo aqui no apartamento do Galego. Eles cuidaram e me acolheram muito, os outros meninos respeitaram a minha decisão de ficar sozinho e tentar colocar a cabeça no lugar.

— Mas eu tô com medo, Nam. E se o Jimin- — Namjoon se aproxima em silêncio, sem me dar tempo de reagir. Ele me puxa delicadamente, como se soubesse exatamente o que eu preciso, e me coloca em seu colo, beijando o topo da minha cabeça. Seus braços envolvem meu corpo com firmeza, mas com gentileza.

Ele não diz nada, apenas segura meu corpo contra o seu, me balançando levemente, como se eu fosse uma criança.

Sua criança.

O calor do seu peito e o ritmo suave de sua respiração começam a acalmar o turbilhão dentro de mim, mesmo que só um pouco. Eu afundo o rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro familiar, enquanto ele continua me abraçando, me mantendo inteiro, mesmo quando tudo parece prestes a desmoronar.

— Para de pensar o pior, Jung, não seja tão negativo. — Acaricia meus cabelos com uma mão, cheirando o topo da minha cabeça em seguida.

— Eu não saberia viver sem o Jimin...

— Saberia sim, você saberia, Jungkook. — ele diz e afaga atrás da minha orelha, deixando um beijinho na minha testa.

Não respondo, apenas tento respirar de maneira mais suave, tendo em vista, que, eu estou ofegante. Continuo parado em seu colo, enquanto ele me balançava e acariciava meus fios que deviam estar uma bagunça.

Era uma vez um artista | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora