“Restless dreaming, you're in my head, always, always…”
Harry desacordado pelo veneno que atingiu seu peito.
– Por que está aqui? - Ela segurou firme em meus braços, com olhos assustados.
Em uma floresta densa e escura, a luz tênue da lua cheia pairava sobre nós, iluminando sutilmente nossos rostos.
– Eu estava lutando com meu pai… Ele atravessou a espada em meu peito com veneno. - Coloquei a mão no peito onde deveria estar o ferimento, mas não encontrei nada. - Quem é você? - Perguntei.
Cabelos loiros longos, olhos verdes profundos e uma pele clara completavam a sua aparência, conferindo-lhe uma presença familiar.
– Você sabe quem eu sou. - Ela sorriu.
– Anneliese?
Certamente, eu deveria conhecê-la, mas é justo afirmar que suas fotos antigas não faziam justiça à sua verdadeira beleza.
– Você não deveria estar aqui, ainda não é sua hora. - Ela voltou a segurar meus ombros, como se desejasse que eu desaparecesse diante dela.
Estava ali, bem diante de mim. Nunca havia trocado palavras com ela, nunca escutei sua voz, mas havia tantas coisas que eu gostaria de dizer.
– Mãe, eu tenho tantas perguntas…
– Não, não! - Ela negou olhando em volta.
– Está tudo bem. - Eu sorri. - Eu quero estar aqui, eu quero estar com você.
– Não! Você tem que voltar. Eu preciso que você lute. Harry, acorda! - Ela gritou.
– Como faço para ajudar? - Escutei a voz dele me chamar bem distante. - Eu não posso viver sem você. Meus pensamentos são seus, minha alma é sua. Mesmo se eu fugir de você, quando você não está por perto eu entro em pânico.
Era Louis.
Anneliese respirou aliviada, como se a ideia de alguém lutando por mim fosse um bálsamo para sua alma.
– Filhote, você precisa voltar para seu ômega. - Seus olhos encheram de lágrimas. - Para sua mãe.
Eu não conseguia entender. Tínhamos um tempo juntos, e eu me sentia tão cansado, exausto. Tudo o que eu desejava era sentar e ter uma longa conversa com ela.
– Mãe, me desculpe. Me desculpe, por tudo que eu fiz, por não ter sido o filhote dos seus sonhos…
– Ei, está tudo bem. - Ela deslizou a mão pelo meu rosto. Senti seu toque, a sensação da sua pele em contato com a minha. - Você é meu orgulho, a melhor coisa que eu já fiz. Eu sei que está com medo, eu sei que está triste, e está tudo bem. O que aconteceu esse ano, foi graças a maldade e ódio que já existiam antes de você. - Ela beijou minha bochecha. - Eu preciso que você lute, Harry. Acorde agora!
Era carinho, gentileza, preocupação, amor. Nunca antes havia sentido isso vindo de Edgar.
– Eu quero ficar aqui. Não quero te deixar sozinha. - Sussurrei.
– Não estou sozinha. - Ela sorriu. - Estou com meus pais e minha irmã. - Nossas mãos unidas eram idênticas, o mesmo sangue fluindo em ambas as veias, criando um elo indissolúvel entre nós. - Eu não estou morta por sua causa, eu estou em paz por sua causa.
– Por favor, não me deixe. - Era uma súplica desesperada, vinda de uma voz que me chamava sem parar.
Louis. Ele precisa de mim.
– Se eu voltar, ainda vou te ver novamente?
– Não filhote, não por um longo tempo. - Ela me abraçou forte e eu retribuí. - Então é melhor ter boas histórias para me contar. Faça arte, use sua voz, viva aventuras e tenha pelo menos um amor verdadeiramente épico. - Ela olhou para o céu e eu soube de quem ela estava falando. - Seja cada parte de você mesmo, porque o melhor de mim está em você, Harry.
– Eu te amo, mãe. - Meus olhos transbordaram em lágrimas.
– Eu te amo, filhote. - Ela beijou minha testa e me abraçou uma última vez. - Para todo sempre.
– Eu não quero te soltar. - Resmunguei enquanto lágrimas escorriam em um lamento de saudade.
Anneliese as enxugou com as costas da mão, acariciando meus cabelos. Cada detalhe dela se tornava uma memória, que eu manteria guardada por um longo tempo. Seu sorriso, como milhões de estrelas no céu, iluminava o momento.
– Eu preciso que você faça uma coisa por mim. - Ela sussurrou. - Diga à sua mãe que eu ainda estou esperando por aquela dança.
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O silêncio de Sapphire - ABO | LS ✔️
Fanfiction- Você o encoraja, Zayn? Mas ele fica mais patético a cada dia. - Eu não sou patético! - Edward se defendeu. Ele já sentia um nó se formando em sua garganta, nada que ele fazia parecia ser o suficiente. O amor que ele tanto procurava em seu pai pare...