O silêncio de Sapphire - ABO | LS ✔️

Capítulo 7: Please Notice

"And baby when you sleep do you dream of me? And when you're awake do you think of me? I need to know how do you feel."

Harry.

– Não é como amor à primeira vista, realmente. É mais como.... a gravidade muda... de repente. Não é mais a Terra me prendendo aqui, é ele… - Tentei explicar o máximo para Adda do outro lado da tela.

Após a chegada apressada de Olímpia aos aposentos de Louis, Zayn e eu nos retiramos imediatamente, dirigindo-nos aos nossos próprios aposentos localizados em uma parte da Academia mais vigiada e segura, do outro lado das instalações. Embora meu novo quarto fosse espaçoso, não se comparava em tamanho ao do castelo; uma versão mais simplificada que eu precisaria me acostumar a habitar durante os extensos meses que planejava permanecer ali.

Uma vez dentro do quarto, encontrei Madeline, minha assistentel, que já havia preparado a chamada crucial. Assim que ela deixou o aposento, uma onda de emoções me envolveu, resultando em um acesso incontrolável. Palavras de desabafo e irritação escaparam de meus lábios, meus punhos encontraram um alvo temporário na cama, e por fim, as lágrimas fluíram livremente. Esse choro, cujo motivo eu não conseguia discernir, estava em contraste direto com os ensinamentos de meu pai, o Rei Edgar, que havia firmemente afirmado que chorar era um sinal de fraqueza.

Anos de disciplina rigorosa haviam sido aplicados para moldar-me em alguém aparentemente destituído de sentimentos e vulnerabilidades. No entanto, na solidão daquele momento, quando minha mãe era a única presença do outro lado da tela, eu redescobri sentimentos que não experimentava desde os oito anos: medo, fragilidade e vulnerabilidade.

Desde tempos remotos, minha mente era um campo de batalha, sendo objeto de uma contenda incessante. A França desejava minha morte, mas ao longo do tempo, a própria morte perdera seu significado, transformando-se em um sono profundo, uma eternidade que me levaria a renascer em uma nova vida.

Até aquele momento, a morte tinha sido uma noção distante para mim. Contudo, a partir desse instante, a ideia de morrer assumiu um significado inteiramente novo, tornando-se sinônimo de deixar aquele ômega desamparado, vulnerável e em perigo. A perspectiva de partir era inaceitável, a menos que fosse para protegê-lo. O medo da morte, algo que eu nunca havia sentido antes, finalmente começou a me tocar.

Eu sempre soube que a morte era uma possibilidade, tanto para mim quanto para aqueles ao meu redor. Doenças e ameaças ao reino eram realidades inescapáveis. Minha humanidade havia sido gradualmente apagada por aquele que deveria ter me ensinado o significado do amor. 

"A humanidade é a pior fraqueza de um Rei. Não importa o quão fácil seja suprimi-la, ela continua lutando para voltar. Você não pode permitir isso."

"As pessoas morrem. Nós seguimos em frente, Edward."

Eu havia esquecido como era se sentir tão vulnerável. Vinte anos de treinamento e de supressão do meu lado humano me levaram a acreditar que eu era invulnerável. No entanto, algo mudou quando Louis entrou em minha vida. Ele despertou um aspecto que eu desconhecia, um lado que se importava profundamente. Era diferente da minha preocupação com o reino e a família. Era algo mais profundo.

Desde o momento em que meus olhos se encontraram com os de Louis Tomlinson, percebi que ele seria minha maior fraqueza e, potencialmente, minha ruína. Ele tinha um controle absoluto sobre mim, a capacidade de me trazer a felicidade mais plena ou de me destruir com uma simples palavra - ou escolha. Nesse momento, compreendi que, no âmago desse dilema, residia uma escolha que poderia redefinir toda a minha existência.

–  Você irá se tornar o que quer que ele precise que você seja, seja um protetor, um amor, ou um amigo. - Minha mãe, Adda tentou me explicar novamente o que eu já sabia.