Capítulo 57: Royalty

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“Best to give me your loyalty 'Cause I'm takin' the world, you'll see They'll be callin' me, callin' me They'll be callin' me royalty.”

Harry 

Cinco meses depois…

Trajes formais para chamar atenção nunca foram do meu feitio, o longo casaco de seda que chegava aos meus tornozelos me irritava, era forrado com seda cor-de-rosa, enfeitado com rendas de ouro, tecida com símbolos nacionais e preso por um cinto espada. 

Eu não sabia quem tinha inventado tanta formalidade para uma coroação, então troquei de roupa preferindo usar um uniforme de gala de um cônsul do Império de Obsidian.

Tirei alguns dos broches que achei desinteresses, e coloquei na cabeça a coroa de Parure aquamarines brasileiras, ela tinha pedras azuis marinhas, nove grandes, cada uma em uma configuração de rolagem de diamante com uma gota de pingente de água-marinha ainda maior, combinava com a cor dos olhos do meu ômega, e além do mais Adda estaria usando uma tiara, um colar e um par de brincos da mesma pedra. 

Aquelas peças de diamante água-marinha foram apresentadas à Adda em uma de suas viagens pelo rei Luiz Ignatius, brasileiro como presente de coroação em nome do povo brasileiro.

Eu me sentia confiante, um pouco nervoso, aliás tinha me preparado a minha vida toda por aquele momento.

Estava tão distraído que não percebi Madeline entrar, ela estava me encarando como se eu fosse uma assombração.

– O que foi? - Perguntei.

– Mudou completamente seu traje. - Ela passeou os olhos por todo meu corpo.

– Aquele estava me apertando, eu não gosto de nada que atrapalhe. - Dei os ombros ainda sentido o uniforme apertado.

– Não tem problema, você está impecável… - Ela sorriu me ajudando com o traje. - Estou tão feliz por você.

– Uhm… - Revirei os olhos.

– Está nervoso. - Concluiu. - Não precisa ficar, sabe toda a cerimônia de trás para frente, você vai ser o melhor rei que Emerald já teve nesse mundo novo.

– Obrigado. 

De certa forma eu precisava ouvir aquilo. Precisava ouvir que eu iria dar o meu melhor.

– Trouxe esse broche, é simples mas é significativo. - Ela me entregou o broche, onde o desenho era os órgãos coração e cérebro interligados. - Um dia você me disse que o coração é a cabeça.

Quando me referia ao coração, imediatamente, me lembrava das emoções, do amor, do afeto. Em contrapartida, quando citava a cabeça, a mesma remete à razão, à responsabilidade, à escolha. 

Eu aprendi que o coração deveria agir em grande parte ao invés da cabeça, nele estava o amor.

– Vou usá-lo, obrigado, princesa.

Ela corou levemente com o apelido.

– Continue de bom humor… - Ouvimos batidas na porta e com o toque suave e cheiro de dama da noite só poderia ser a rainha. - Volto para te buscar, Alteza. - Ela abriu a porta.

– Não por muito tempo. - Pisquei em sua direção.

– Posso entrar? - Minha mãe perguntou.

– Uhm, pode.

– Imaginei que não usaria todo aquele traje, esse uniforme é muito melhor, filhote.

– Argh! - Fiz uma careta. - Me preparei muito para isso, estou nervoso.

O silêncio de Sapphire - ABO | LS ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora