Coração Selvagem

Santa Hinata

Era noite quando o barco Satán finalmente ancorou no porto de São Pedro. Cansado pela longa viagem, Sasuke recusou o convite dos amigos para beber e foi direto para sua cabana.

Assim que pisou os pés na cabana, Chouji se apressou em informar tudo o que ocorrera em sua ausência e por fim comentou com um sorriso malicioso:

– Sua dama apareceu à tarde, ansiosa em revê-lo, e ficou furiosa ao não encontra-lo.

Com um sorriso de canto, Sasuke desamarrou os cordões de uma bolsinha, que guardara no bolso da calça, e de dentro retirou um esplêndido colar de perolas.

– Creio que essa joia ira amansar a fera. – Sasuke comentou com confiança.

Os olhos negros se detiveram por um instante no brilho das perolas. Sakura esqueceria sua zanga assim que recebesse o presente.

– Então planeja vê-la ainda hoje?

"Muito mais que somente ver meu amigo" Respondeu o Uchiha em pensamento, porém de seus lábios não saiu uma só palavras, e nem precisava. Deu um simples e leve tapa nas costas de Chouji e, após recolocar somente o colar no bolso, saiu apressado da cabana em direção à casa dos Hyuuga, ao encontro de sua amada.

~~S2~~

Certas coisas nunca mudariam, pelo menos não na opinião de Hinata. Assim que Tenten foi embora, lançando mil maldições sobre o futuro casamento de Sakura, Hinata foi praticamente arrastada pela rósea até o quarto da mesma e não tivera coragem para negar ajudá-la a escolher o que vestir no jantar. Embora o tenha feito de modo aleatório, sem sequer olhar para qualquer uma das peças que a irmã lhe mostrara.

– Como estou? – Quis saber Sakura dando uma volta em torno de si mesma para que Hinata pudesse ver cada detalhe do vestido cor rosa, cujo espetacular decote quadrado era adornado por pequenas flores e laços no mesmo tom. Seu cabelo fora preso em um coque alto com alguns fios rebeldes caindo sobre sua face e colo.

– Parece uma princesa de conto de fadas. – Foi à resposta da morena.

– Acha que Naruto vai gostar?

– Não sei. – Respondeu seca e um pouco irritada.

Sakura se divertia em perceber que o assunto incomodava a irmã. Odiara ter encontrado a noviça em casa e justo quando Naruto finalmente aparecera. Agora que conseguira o coração do Uzumaki não deixaria a irmã toma-lo de forma alguma, e pra isso necessitava que Hinata ficasse longe, muito longe do loiro.

– Hina, irmãzinha, é lógico que planeja ficar em casa, até porque sua presença nesse jantar seria... Digamos inconveniente e estranha. Então poderia guardar minhas roupas? – Apontou para cada canto do quarto em que jogara dezenas de vestidos e acessórios.

– Sim.

Ambas desceram até a sala, onde seus pais as aguardavam, e Hinata informou que se sentia indisposta.

Mesmo desejando que a filha os acompanhasse, Kurenai não argumentou, temia começar uma briga, que seria parecida com a que tivera com Hiashi horas antes por causa da mentira que tirara Hinata do convento. A filha era obstinada como o pai, mesmo que ambos não percebessem isso. Despediu-se e acompanhou o marido e a filha mais velha em direção à carruagem que os levaria a casa dos Uzumaki em São Pedro.

A noviça, com passo lento e cansado subiu as escadas para retornar ao quarto de sua irmã para iniciar a arrumação das roupas. Entrou no aposento, iluminado somente pela lua, deu uma olhada desanimada para as roupas jogadas, fechou a porta, deixando o quarto na penumbra, e caminhou até o abajur para acendê-lo e assim iluminar o quarto.