Sem suporte

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Depois de conversar com os amigos de Sasuke e se juntar a Hinata, Kakashi seguiu até a prisão para conseguir visitar o Uchiha.

Caminhando ao lado do advogado, mesmo tensa e ansiosa, Hinata assim que notou Tenten, foi felicita-la por conquistar o emprego do qual falou dias antes.

— Hinata, sinto muito pelo que aconteceu com seu marido — Tenten aproveitou para dizer, logo fazendo um gesto para a amiga se aproximar. — Mas tarde irei à sua casa para conversarmos melhor.

— Tem certeza? Agora minha família deve ser o alvo preferido do repúdio da cidade — Hinata comentou desanimada.

— Nunca me importei com a opinião alheia — Tenten disse fazendo Hinata sorrir com gratidão.

Danzou permitiu a entrada do advogado e da Uchiha em seu escritório, o olhar detendo-se na esposa de Sasuke.

— Bom dia, senhora! — Danzou cumprimentou fitando-a de um jeito esquisito na opinião dela, que respondeu por educação.

— Eu e a senhora Hinata solicitamos permissão para ver Sasuke Uchiha — Kakashi iniciou, surpreendendo-se com a resposta do delegado.

— O senhor pode visitá-lo, mas não será possível a senhora visitá-lo.

— Ela tem direito a visitar seu marido — o advogado revidou.

— Infelizmente, tratando-se de um réu de alta periculosidade as visitas são limitadas ao senhor, e somente por se tratar do advogado dele — Danzou informou satisfeito com o desagrado que dominou o rosto do Hatake.

— Quem determinou que Sasuke é altamente perigoso?

— Eu e a fama do criminoso.

— Por favor, senhor, deixe-me vê-lo pelo menos uma só vez — Hinata suplicou.

Danzou, dono da situação, negou terminantemente a permissão.

— Sinto muito, senhora, mas deve retornar a sua casa.

— Te suplico e rogo em nome de Deus que me deixe ver meu marido.

— Vamos, Hinata, não te rebaixe perante este sujeito.

— Kakashi, necessito ver Sasuke.

— Pedirei a autorização a uma autoridade superior — Kakashi justificou conduzindo Hinata para longe do delegado.

Momentos depois, voltando do piso inferior, guiada por um guarda, Sakura entrou novamente na sala do delegado.

— Agradeço muito por ter permitido que visite meu cunhado.

— Acabei de falar com sua irmã e parece que se recuperou da fraqueza.

— Seguramente sentiu-se melhor — ela argumentou fingindo inocência diante da exposição de sua mentira.

— Ela queria ver o réu, mas neguei a permissão. Pensei que não seria conveniente que encontrasse você, e porque o senhor Naruto me pediu.

— Naruto pediu que não permitisse Hinata de ver Sasuke? — estranhou.

Danzou confirmou, comentando em seguida:

— Quando questionei se a proibição te incluía ele negou, disse que você podia fazer o que quisesse e não era mais nada dele. Não quero ser imprudente, mas estão brigados?

Não vendo motivos para esconder o fato, uma vez que se separar lhe agradava, confirmou:

— Sim. Iremos nos divorciar.

— Que lástima para o senhor Naruto! Uma mulher como você deve ser difícil conseguir — disse com o tom carregado de malícia, o olhar percorrendo o corpo dela sem qualquer pudor até se deter na face bonita. — Se quiser voltar a ver seu cunhado, pode fazê-lo com toda confiança e quando desejar — afirmou, não escondendo na voz e nem no olhar que sua proposta era acompanhada de segundas intenções.

~*~

No subsolo, Shikamaru tratava de animar seu capitão.

— Não fique triste. Desde que você se casou, Sakura inventou várias situações para prejudicar seu casamento. Deve ser mais uma mentira.

— Necessito sair daqui.

— Saíra. Logo Kakashi nos soltará.

— Duvido que consiga minha liberdade. Os Uzumaki farão até o impossível para me condenarem. Tenho que planejar um modo de escapar.

— É melhor aguardar as providências do Kakashi.

— Naruto quer me roubar a Hinata para se vingar.

— Uma coisa é o que ele quer, outra é o que ela deseja.

— Ela estava apaixonada por ele, agora diz que me ama. Mas se me condenam por vinte anos e anulem nosso casamento, ele pode convencê-la.

— Não creio que seja algo tão fácil de fazer.

— Para pessoas poderosas como os Uzumaki, nada é difícil.

— Tenho de conseguir pessoas que facilitem minha fuga, talvez convencer um funcionário. Preciso que seja alguém que cuide da comida dos guardas. Ajudei muita gente, muitos que tem família trabalhando aqui, quando sair, procure-os para que retribuam.

— Sim, mas tem que pensar no medo que eles têm do Danzou.

— Encontre alguém que se atreva a enfrenta-lo.

— Mas quer fugir agora? Sem nem esperar o julgamento?

— Esperarei, mas tenho que estar prevenido — falou determinado, os punhos poderosos fechados, disposto para a luta que pensou abandonar quando casou com Hinata. — Se me condenarem, como é a intenção do Danzou e dos Uzumaki, não ficarei aqui. Sei o que está pensando, que posso morrer na tentativa. Prefiro isso a ver essa família me roubar tudo que amo novamente — finalizou sem medo.

Estava habituado em encarar a morte, em senti-la em suas entranhas a cada passo. Arriscaria sua vida uma vez mais, e quantas outras vezes fosse preciso, para ficar ao lado de Hinata.

Shikamaru assentiu em concordância, sabendo que nada que dissesse faria o Uchiha reconsiderar. Sendo também uma vítima do povo abastado da cidade, sabia o que anos de maltrato faziam a uma pessoa e compreendia os receios do Uchiha. Não deixaria o amigo sem suporte quando mais precisava.

~*~

Ao regressar a casa de seus pais, Sakura chamou Kin até seu quarto.

— O que sabe sobre o delegado Danzou? — questionou após fechar a porta.

— Dizem que é cruel com os presos e seus parentes.

— E é casado?

— Sim. Moram perto do centro da cidade.

— Sabe se é corrupto, se aceita dinheiro em troca de algum favor?

— Não sei responder.

— Tem que verificar — ordenou para Kin.

A empregada apertou as mãos com aflição, sem saber como atender um pedido como aquele.

Sakura foi até sua penteadeira, buscou na gaveta sua agenda e uma caneta. Escreveu dois bilhetes, os dobrou no meio e colocou nomes para facilitar Kin no próximo pedido que faria.

— Quero que vá até a cabana de Sasuke e procure aquele homem que sempre cuidou do lugar. Caso não esteja lá, vá a taberna. O importante é entregar esse recado para ele ou qualquer outro amigo do Sasuke. — Entregou o papel com o nome de Sasuke nele, pois não recordava o nome de nenhum amigo do Uchiha. Depois indicou o outro recado, esse com o nome de Naruto. — E também preciso que vá até a casa do meu marido e entregue esse recado. Diga que é urgente que venha me ver.

— E se ele não quiser?

— Quando ele ler a nota virá correndo — garantiu.


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