Semente Ruim

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Preocupada com o bem estar de ambas as filhas, Kurenai aguardou o marido sair ao trabalho, arrumou-se e, com Kin ao seu lado, apreensiva seguiu para a casa dos Uchiha.

Conhecia a bela residência dos tempos que visitava seus antigos donos, mesmo assim mirou com temor a estrutura de pequenos tijolos, cercada por portões de ferro cobertos por plantas, as grades altas abertas recepcionando as visitas com seu pequeno e frondoso jardim. A casa não era a culpada do seu nervosismo e medo, o motivo era o homem casado com sua filha mais nova. Não sabia o que encontraria em sua primeira visita, nem se conseguiria ajudar Hinata caso seus temores fossem reais.

Apertou a pequena bolsa na frente do corpo e atravessou o portão, caminhando ansiosa pela trilha de pedras rumo às portas duplas de vidro. Endireitou a postura - juntando toda a altivez que sua posição social exigia – e puxou a corda do badalo.

Não necessitou tocar a sineta uma segunda vez, poucos instantes depois a mulher de olhos verdes e cabelo loiro preso em quatro partes, contratada por seu genro, atendeu.

— Bom dia, senhora Hyuuga! — ela saudou reconhecendo-a de imediato. — Entre, por favor!

— Bom dia! — respondeu lamentando não recordar o nome da jovem. Era importante criar laços com os serviçais, principalmente para que revelassem se sua filha era maltratada. — Minha filha e o marido estão?

— O senhor saiu — a empregada respondeu, aguardando Kin passar antes de fechar a porta. — Por favor, acomodem-se. Chamarei à senhora Hinata — disse indicando os sofás.

Para não incomodar a patroa em sua conversa com a filha, Kin informou que ficaria na saleta ao lado - a mesma que ocupara no dia anterior -, ficando a disposição a qualquer chamado.

Sozinha e ainda dominada pelo extremo desconforto de estar na casa de seu estranho genro, Kurenai sentou-se no elegante sofá. Com mãos inquietas, ajeitou o vestido de musseline azul marinho com detalhes em renda branca, endireitou o pequeno chapéu coberto pelo mesmo tecido e renda nas cores invertidas, por fim pegou o leque da bolsa e se abanou aflita.

Sentia que aguardava há horas quando a empregada retornou seguida por Hinata.

— Mamãe, que bom que veio me visitar!

Radiante, Hinata a abraçou e beijou.

— Não estou sendo inoportuna, filha?

— Claro que não. Sente-se! — a morena pediu ocupando a cadeira almofadada de frente para o lugar ocupado por sua mãe. — Pedi para Temari nos trazer chocolate quente e biscoitos — informou sorridente. — Infelizmente, Sasuke não está. Anda ocupado com os negócios. Quer se dedicar ao comércio — contou transbordando de orgulho do marido.

— Ouvi dizer... — Mesmo diante da alegria da caçula, Kurenai a analisou com preocupação. — Como está se sentindo, filha?

— Feliz.

A resposta acompanhada por um sorriso sonhador não foi suficiente para acabar com os receios da matriarca.

— De verdade? Não está me enganando?

— Porque o faria? Sasuke é maravilhoso, mamãe — Hinata declarou apaixonada, recebendo um olhar duvidoso de Kurenai. — Não me olhe assim. Estou dizendo a verdade — afirmou sorridente, acrescentando apaixonada: — É bom, terno, me faz rir e é tão carinhoso.

Temari entrou na sala com a bebida e os lanches. Kurenai aguardou a empregada servi-las e sair antes de continuar a conversa.

— Estava preocupada. — Emocionada pela felicidade da filha, Kurenai confessou: — É que os homens sempre são arredios. Seu pai tem bons modos, mas quando se zanga... Mal posso lhe dirigir a palavra — complementou recordando com amargor o tratamento frio que recebia desde o noivado de Hinata e Sasuke.

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