Laços do matrimônio

34 2 3
                                    

De manhã, antes do horário marcado para encontrar Kakashi, e necessitando desabafar toda a angustia pela prisão do marido e a proposta feita por Kabuto, Hinata foi para a casa de seus pais conversar com sua mãe.

— Estou desesperada, mamãe! Naruto ficou completamente louco — disse acompanhando sua mãe até a sala de estar. — Ele quer anular meu casamento, divorciar-se de Sakura e voltar a se casar comigo.

— Quem disse isso? — Sakura questionou aparecendo no topo da escada.

Tinha ouvido a campainha e, notando se tratar de Hinata, apressou-se a se juntar a conversa em busca de informações sobre Sasuke.

— Naruto acredita que continuo apaixonada por ele.

— Calma, Hinata! — Kushina pediu segurando as mãos da filha com carinho. — Ele não pode tomar esse tipo de atitude sem seu consentimento. Quanto ao divórcio dele com Sakura, não temos mais o que fazer — lamentou lançando a outra filha um olhar carregado de censura.

— Não sei o que fazer, mãe. Sasuke ficará sem o barco, a casa, o dinheiro... Sem nada... E talvez pegue vinte anos de prisão — finalizou com tristeza.

Sakura apavorou-se ao ouvir sobre a sentença.

— Tanto tempo?

Hinata confirmou com um aceno de cabeça.

— E isso não é tudo. — Inspirando fundo, Hinata relatou sobre a proposta de Kabuto para amenizar a raiva de Naruto.

— Perderam o juízo! — Kushina escandalizou-se. — É um absurdo sequer cogitar algo assim.

— Seria uma solução rápida — Sakura disse sentando na frente das duas mulheres fitando-a estarrecidas. — Kushina e Naruto jamais permitirão que saia livre.

— Sei que te entregarias a Naruto ou a quem pedisse — Hinata disse enojada. — Mas eu não! Kakashi me disse que Sasuke sofreria muito se me rebaixasse dessa forma, que ele preferiria continuar preso antes que o traia.

— E é indigno. Por causa de ideias assim seu casamento está em risco e seu pai adoeceu — apontou Kushina indignada com a ousadia descarada da caçula.

— Estou pensando no melhor para todos. Esqueçam nossos problemas e pensemos unicamente no que podemos fazer para ajudar Sasuke — Sakura revidou sem se abalar pelas palavras duras em sua direção. — Hinata, quer que Sasuke passe o resto da vida preso?

— Claro que não!

— Ai está sua resposta — indicou direta. — Há coisas na vida que não tem tanta importância como vocês acreditam.

— Entregar-se a outro homem não tem importância? Ferir meu marido dessa maneira? Ao homem que amo?

— Não precisaria trair, bastaria uma pequena promessa, um gesto — Sakura relatou ignorando o desagrado crescente nas faces de sua mãe e irmã. — Em troca peça a liberdade do Sasuke.

— Não posso fazer isso. Não me atrevo!

— E nem deve — Kushina falou se impondo para a caçula. — Nada pode macular os laços do matrimônio. Não se atreva a jogar sua imundície sobre Hinata.

Não compreendendo o que significava para sua irmã e mãe a mera ideia de enganar, e pouco se importando com a opinião de ambas, Sakura ergueu-se imperiosa.

— Diga isso para o papai, mamãe — revidou cruel, logo se dirigindo a irmã. — Quanto à imaculada santa Hinata. Não passa de uma egoísta! Você não o ama, pois, se assim fosse, faria o impossível para libertá-lo, até renunciaria a ele.

Coração SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora