Enfermidade

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O cantarolar dos pássaros invadia cada canto da residência dos Uchiha, aumentando a felicidade da recém-casada preparando o primeiro café manhã de casada.

Hinata experimentou uma uva, sentiu o sumo doce deslizar por sua língua. Mas nada se comparava ao sabor dos beijos de Sasuke, a doçura de seu toque, as palavras que deslizavam como néctar por seus ouvidos.

O sorriso apaixonado irradiou por seu rosto, assim como a coloração suave o fez em suas bochechas ao relembrar a noite anterior e como fora maravilhoso acordar ao lado de Sasuke.

Como de costume acordara cedo e, com alegria impregnada em sua pele, aproveitara-se que o marido não despertara para apreciar sua beleza, os lábios que devastaram seu corpo e alma, os macios fios negros espalhados no travesseiro, a pele cálida que estava em contato com a sua.

Sem se atrever a toca-lo, por medo de desperta-lo, levantara com cuidado e se arrumou, evitando qualquer mínimo ruído para não incomoda-lo, antes de se encaminhar para a cozinha.

Como combinado na noite anterior, encontrou Temari desperta e a postos para atender seus pedidos. Agora, com todos os alimentos prontos para servir, com delicadeza e esmero, Hinata arrumou a mesa de jantar para que quando Sasuke acordasse tomassem o primeiro café da manhã juntos.

Estava tão concentrada em sua tarefa, e em suas lembranças, que só percebeu a presença do Uchiha quando este já estava a poucos passos dela e a saudou.

— Bom dia!

Hinata ergueu os olhos, observando o rosto contido do marido, que nada deixava transparecer, como de certo o dela o fazia. Sorriu timidamente, sentindo a face ardente, antes de retornar o foco na fruteira que arrumava no centro da mesa.

— Bom dia! — respondeu evitando olhá-lo de frente.

Observando o rosto corado de Hinata e o corpo coberto por um belo vestido que Sasuke sabia esconder curvas tentadoras, ele se felicitou por seu autocontrole. Poucos instantes antes, ao ouvi-la suspirar de prazer ao provar um fruto, o desejo se alastrara como fogo por suas veias, exigindo que a capturasse em seus braços e a fizesse repetir aquele som contra sua pele suada pelo enlace de seus corpos.

— Porque se levantou tão cedo? — questionou parando ao lado dela, seus dedos formigando de vontade de toca-la.

— Sempre me levanto bem cedo — ela explicou, exasperando Sasuke por continuar concentrada nas estúpidas frutas.

— Por um momento pensei que havia fugido — revelou. O gosto amargo de despertar e não a encontrar ao seu lado retornando e incomodando-o.

— Por quê...? — ela questionou ainda sem fita-lo com medo dele perceber como se sentia, pois não conseguia parar de pensar na noite anterior, de como se sentira nos braços dele. Jamais fugiria. Desejava ter muitas e muitas noites como aquela.

Sasuke se moveu para perto dela, se inclinando para sentir melhor o perfume suave de rosas que emanava dos longos cabelos índigo.

— Talvez porque tenho medo de que você fuja — confessou em voz baixa e rouca.

Cansou de resistir ao desejo e a virou impaciente, atraindo-a para um beijo faminto.

Hinata não sabia como agir. O beijo fez seu corpo amolecer de maneira estranha e o cheiro másculo a cercou. Deixou-se beijar por um momento depois afastou-o, alarmada por se deixar levar pela atração em um lugar que poderiam ser flagrados.

— O que foi...? — ele perguntou sem entender sua atitude.

— É... — arfou insegura e olhou em direção à cozinha — as criadas podem entrar...

Coração SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora