Felix sabe curtir a vida já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louco pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família.
Após a morte do avô, felix vê sua vida ruir com a abertura do testamento...
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Assim que cheguei à Lee naquela manhã, notei olhares diferentes. Não havia mais hostilidade neles, e até vi alguns sorrisos tímidos e acenos de cabeça. Estranho, já que ninguém nunca falava, sorria ou acenava para mim sem que fosse estritamente necessário.
- Hyunjin tem alguma coisa na minha cara? – perguntei enquanto seguíamos pelo corredor em direção ao nosso setor.
Ele examinou meu rosto atentamente.
- Não.
- Humm...
Ele não pareceu notar a diferença no ambiente. Na verdade, não notava muita coisa em mim desde a noite anterior. Como eu esperava, ele estava mais distante do que nunca. Pela manha, agira como todos os dias, prestativo e educado, como se nada tivesse acontecido entre mim, ele o sofá. Nem sombra do homem apaixonado que me beijara com tanto arrebatamento menos de dez horas antes. Eu teria que cavar fundo se quisesse trazê-lo à tona outra vez.
- Oi, felix eu estava pensando se você... quer almoçar comigo – um baixinho de olhar arredio, que nunca tinha falado comigo antes, convidou, parecendo nervoso. Era uma dos secretários do segundo andar.
- Hã... Eu... Como é mesmo seu nome? – perguntei.
- Changbin – ele sorriu, sem graça. – Desculpa não ter me apresentado antes.
- Relaxa. Humm... Tá bom. Vamos almoçar, sim.
- Ótimo! – ele sorriu e seguiu em frente.
Olhei para hyunjin, que finalmente notou a diferença.
- Estranho, não acha? – indiquei o garoto com a cabeça.
- Talvez – ele disse, pensativo. – Parece que você conseguiu furar a geleira.
- Mas como? Eu não fiz nada de diferente nos últimos dias.
- Quem sabe finalmente viram quem você é de verdade – ele deu de ombros.
- Duvido muito.
Diversas pessoas me convidaram para sentar com elas na hora do almoço, para nos conhecermos melhor, para saberem mais sobre mim, para me darem dicas de como passar ileso pelo RH caso eu me atrasasse outra vez. Era como se, do nada, todos tivessem esquecido a repulsa gratuita que sentiam por mim.
Fiquei desconfiado quando entrei no refeitório para almoçar, mas changbin estava sorrindo, ansioso a uma mesa perto da janela. Hyunjin se juntou ao pessoal do Comex e fui me sentar com ele.
- Pensei que você não fosse querer falar comigo, depois da forma como te tratei – começou ele, sem graça.
- Você fez alguma coisa que eu devesse me lembrar? – comi um pedaço de frango frito.
- Bom... não – ele disse constrangido, olhando para a bandeja. – Mas exatamente por isso você devia estar chateado. Ninguém aqui fez o mínimo esforço para te conhecer.
