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O sequestro nada mais era que hyunjin me levar para um lugar bem tranquilo

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O sequestro nada mais era que hyunjin me levar para um lugar bem tranquilo. Ele estava muito falante naquele início de tarde. Comentou sobre o tempo, sobre o trânsito, contou como seu time de futebol jogara mal no dia anterior – e o sorriu ao descrever o vexame, parecendo feliz mesmo com o fracasso do time do coração – e pediu que eu o acompanhasse a um dos jogos um dia desses. Avisou que tinha ligado para a mãe confirmando o jantar daquela noite. Nem parecia o mesmo hyunjin que eu conhecera meses antes.

Entretanto, de certa forma, parecia. Era como se aquele hyunjin estivesse ali o tempo todo, esperando alguém libertá-lo da garrafa. E esse alguém fora eu.

Fiquei surpreso quando paramos no estacionamento do parque municipal, bem cuidado e arborizado. Uma grande lagoa repleta de vida, por onde muitas pessoas circulavam sem pressa, deixava o local com um clima lírico, como os finais de tarde de séculos passados.

– Não imaginei que você ia me trazer aqui. Adoro esse lugar! – exclamei, surpreso, enquanto ele estendia uma grande toalha no gramado.

– Eu disse que íamos fazer algo diferente hoje. – Ele me tomou pela mão e me ajudou a sentar, depois abriu uma grande cesta de piquenique e retirou uma infinidade de guloseimas: biscoitos, frutas brilhantes e suculentas, croissants – de chocolate! –, sanduíches que fizeram meu estômago roncar, queijos picados em quadradinhos perfeitos. Por fim, fez surgir uma garrafa de vinho e duas taças.

– Eu queria... – ele sorriu. – Eu quero passar um tempo com você, conhecer tudo sobre você.

– É pra isso que serve o vinho? Pra me fazer falar? – brinquei.

Ele gargalhou. Eu sorri em resposta. Ele nunca fora tão aberto, tão livre, tão... acessível.

– Não – ele me serviu uma taça generosa. – Serve pra criar um clima mais íntimo, pra você confiar em mim.

– Eu confio em você.

Ele fez uma careta divertida.

– Mas não o suficiente para me contar o que você fez na adolescência... – zombou.

– Ah, isso já faz tanto tempo. E na verdade é você quem nunca me conta nada. É um sacrifício arrancar alguma coisa alguma coisa sobre você – reclamei.

– O que você quer saber? – ele perguntou franzindo a testa, como se fosse o mais completo absurdo eu querer saber mais sobre ele.

– O que você quiser me contar. Qualquer coisa – dei de ombros.

Ele deliberou por um momento antes de começar.

– Você já conhece a história toda. Fui um aluno exemplar por onde passei. Sempre estive ligado aos esportes. Até pensei em fazer educação física, mas descobri que a remuneração não era lá essas coisas, então optei por uma carreira que tivesse mais mercado. Na época, comércio exterior estava em alta, e não tinha muitos profissionais na área. Ralei muito pra me tornar o melhor aluno da minha turma de administração.

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