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— Tem certeza que essa calça não me deixa gordo? Estou me sentindo imens

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— Tem certeza que essa calça não me deixa gordo? Estou me sentindo imens. — jisung reclamou, tocando seu moletom cinza pela enésima vez.

— Ji, esquece a maldita calça, tá? Você está lindo. Qualquer garoto morreria para ter uma bunda como a sua. Agora, foco! A casa parece vazia, não parece? — eu disse, colada à parede alta coberta de trepadeiras nos fundos da mansão. Foi por aquele muro que muitas vezes fugi para alguma festa quando vovô me deixava de castigo. O muro ali era um pouco mais baixo que em outros pontos, e do lado de dentro havia uma pequena irregularidade no terreno que permitia um garoto de estatura média, como eu, escalar sem grandes dificuldades.

- Como é que a gente entra? Não me diz que vamos ter que pular o muro — ele resmungou.

— Então não digo. — Na ponta dos pés, espiei o gramado dos fundos, escuro e silencioso. Tudo bem até ali. — Tenta não se machucar. Me segue e, pelo amor de Deus, não faz barulho.

— Ei! Eu sou perito em escalada na academia — ele colocou as mãos no quadril. — Meu instrutor até me elogiou.

— Ótimo. Bora!

Enrosquei os dedos nas plantas, procurando por um pequeno defeito no muro antigo, um meio buraco onde a ponta do meu tênis se encaixasse perfeitamente. Mostrei a jisung como fazer e comecei a subir. Não foi difícil. Ele pousou ao meu lado quase ao mesmo instante que toquei o solo. Por um momento me arrepiei ao ver a casa escura na noite sem lua, tão triste que parecia assombrada.

— Por aqui — sibilei, avançando meio agachada até alcançar a parede da despensa, a única maneira de passarmos pelo quintal sem ser flagradas pelas câmeras de segurança, que eu duvidada que alguém tivesse desativado. Forcei o trinco da janela com cuidado e o gancho defeituoso e amigo ainda estava ali, como eu o deixara. Deslizei para dentro e ajudei jisung.

— Tá tudo escuro! — ele murmurou.

- O que você queria? — Tirei do bolso a lanterna que tínhamos pegado emprestada no porta-luvas do carro da mãe dele. A luz, ligeiramente esverdeada, não iluminava muita coisa.
Tudo parecia quieto. Aparentemente, Inês havia conseguido esvaziar a mansão, como eu pedira, e se livrar de Eunbi. Eu ligara para Mazé e, sem dar maiores explicações, pedira que saísse naquela noite e tirasse os empregados da casa. Sendo a mulher astuta que era, ela não insistiria no assunto e fizera exatamente o que eu tinha pedido.

Cheguei a cogitar a hipótese de pedir a ela que me ajudasse a invadir a mansão, mas eu não podia envolver a mulher que fora muitas vezes minha terceira mãe — porque vovô sempre fora a segunda — num plano como aquele, que tinha grandes chances de acabar na sala de uma delegacia.

Peguei a mão do meu melhor amiga e tomando cuidado pra não fazer barulho, deixamos a despensa para adentrar a cozinha.

— O que estamos procurando? — Sussurrou.

Procura-se um marido •hyunlix•Onde histórias criam vida. Descubra agora