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- Você me fez perder a hora – hyunjin murmurou, beijando meu pescoço repetidamente até que abri os olhos

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- Você me fez perder a hora – hyunjin murmurou, beijando meu pescoço repetidamente até que abri os olhos. Ele sorriu e me beijou com delicadeza sobre o tapete onde havíamos passado a noite. – Não posso me atrasar hoje. Vamos ter uma teleconferência com os australianos. Finalmente vamos fechar negócio. Por favor, felix, seja rápido hoje – disse ele, dando um tapinha em minha bunda e se levantando apressado, completamente nu.

Respirei fundo, e a consciência me atingiu como um meteoro flamejante.

- Não vou trabalhar – sussurrei, me embrulhando no edredom que Hyunjin havia pegado em nosso quarto no meio da madrugada.

- Não vai? – ele perguntou, abotoando a calça que encontrou jogada sobre o sofá, e se agachou ao meu lado, então colocou a mão em minha testa. – Não está se sentindo bem?

- Na verdade, não. Nada está bem. Mas tenho que fazer o que é preciso – desviei os olhos para seus pés descalços.

- Não estou entendendo, precisamos nos separar por um tempo – murmurei.

- O que você disse?

- Preciso do divórcio, hyun. Vai ser só uma formalidade. Nada precisa mudar...

- Do que você está falando? É uma das suas brincadeiras? – ele interrompeu, levantando meu queixo para que o encarasse. Seu rosto estava tão pálido quando a parede atrás dele.

- Não estou brincando – engoli em seco – Preciso que você assine os papéis da separação o mais rápido possível.

Ele ficou calado por um momento.

- Você está magoado porque acha que te traí com a lisa. É isso, não é? Você não acreditou em mim. Eu não traí você, felix, eu juro! – sussurrou, mortificado.

- Não é isso- sacudi a cabeça, desamparado. – É muito complexo que isso. Ontem você disse que confiava em mim. Por favor, confie em mim agora. Vai ficar tudo bem.

- Você está pedindo que eu simplesmente entenda que você não me ama mais sem me dar nenhuma explicação?

- Eu não disse isso! – tentei alcançar seu pescoço, mas ele recuou. Doeu. – Eu nunca disse que deixei de te amar. Eu amo você! Amo demais! Só não posso ficar casado com você nesse momento.

- Você me ama? – ele perguntou, sério, os olhos indecifráveis.

- Você sabe que sim.

- Estão por que está me abandonando? – sua voz falhou.

Suspirei, fechando os olhos, tentando me livrar da dos que sua mágoa me causava. Foi inútil. Então decidi abrir o jogo. E, pela primeira vez na vida, ai me deparar com algo difícil, eu disse a verdade.

- Porque o park exigiu. Ele tem provas de que o nosso casamento é uma farsa e entregou ao Choi. – Seus olhos brilhavam perigosamente, quase loucos. Continuei, mas minha voz estava fraca e trêmula, mal passava de murmúrio. – O park encontrou o jornal com o meu anúncio e, assim com você, ligou uma coisa à outra. Ele encontrou a fatura do meu cartão de crédito, só Deus sabe como... Eu fui um idiota, eu sei, mas já está feito. Não se preocupa. Eu tenho um plan...

- Eu entendo – ele interrompeu, se endireitando. – Você não pode perder o seu precioso dinheiro. Entre a sua fortuna e eu, você escolheu a fortuna.

- O quê? Hyun,espera aí... – me levantei depressa, apertando o tecido grosso ao redor do corpo, e o puxei pelo braço, já que ele ameaçou seguir para o quarto. – O dinheiro é a última coi...

- E você já tinha se decidido ontem, à noite, não é? – ele disse bruscamente, me encarando com olhos hostis, tão frios que causaram arrepios. – E mesmo assim me permitiu te amar como se tudo estivesse bem. Como se me fizesse um favor. Foi muito gentil de sua parte.

- Não é nada disso! Eu ainda não terminei d...

- Terminou sim. Você acabou de terminar tudo, felix – ele deu de ombros. Seu rosto era duro como o de uma estatua de mármore. Não há nada mais a ser dito.

- Quer me ouvir, por favor? Eu tenho um plano. Não podemos continuar casados, mas podemos nos encontrar escondidos e...

- Ah, claro! – ele cuspiu, se desvencilhando de minhas mãos. – E você vai deixar dinheiro sobre a minha cama quando for embora?

- Hyunjin, por favor, para com isso. Você sempre foi racional, se escutar tudo você vai entender e me ajudar a resolver isso. Você está me condenando sem me ouvir, droga!

- Estou? Você me trocou por dinheiro. O que mais quer que eu escute, felix? – ele começou a andar de um lado para o outro na pequena sala. – Eu sempre soube que você queria sua fortuna, mas por um momento, por um ridículo momento, cheguei a pensar que você pudesse ser feliz apenas sendo minha...Argh! Que estúpido! – e chutou a cadeira da sala de jantar à sua frente, que caiu com um estrondo ecoante.

Paralisei, assustado, ferido com suas conclusões precipitadas. Se ele ao menos me deixasse terminar...

- Por favor, me ouça! – implorei, tentando alcançá-lo, mas ele recuou novamente.

- Acho que você já disse tudo que importa. Não tem mais nada que você possa dizer que eu tenha interessa em ouvir – ele retrucou e foi para o quarto, com os braços cerrados ao lado do corpo, e fechou a porta com força.

Comecei a bater na porta do quarto, desesperada. Aquilo não podia estar acontecendo. Hyunjin não podia estar pensando que eu o trocaria por grana. Simplesmente não podia.

- Hyun, abre a porta. Por favor, me deixa explicar! Estou dizendo a verdade, você tem que ouvir tudo.
A porta se abriu e por um instante me enchi de esperança, mas assim que olhei em seu rosto, os olhos vazios como um cemitério, entendi que ele não estava disposto a me ouvir. Ou a olhar para mim. Uma dor excruciante me tirou o fôlego.

Eu o perdi.

- Você prometeu ficar do meu lado, não importa o que acontecesse. Você prometeu! – sussurrei como um menino assustado.

- Parece que você me transformou em um especialista em quebrar promessas – ele pegou o paletó, jogou sobre o braço de qualquer jeito, sem jamais olhar para mim, e marchou em direção à saída.

- Não faz isso! Olha pra mim. Fala comigo, caramba!

- Eu não fiz nada, felix – ele parou, se virou lentamente e me encarou. Seus olhos cintilaram, úmidos, desesperados. Ele também estava sofrendo. – Você fez.

Ele me encarou por mais um segundo ou dois antes de sair, batendo a porta da sala com tanta força que as paredes tremeram ligeiramente.
Despenquei no chão, sem conseguir respirar. Um soluço violento irrompeu em minha garganta, liberando meu desespero em forma de lágrimas.
Eu o perdi! Eu o perdi!, repeti incoerente e incessantemente para mim mesma. Como era que aquilo acontecera? Eu tinha dito a verdade – ou pelo menos parte dela, já que ele não quis me ouvir. Dizer a verdade deveria contar para alguma coisa. Dizer a verdade deveria mantê-lo por perto. O que dera errado?

Eu havia imaginado que talvez precisássemos ficar separados por um tempo, mas ele ainda me amaria. Talvez nos encontrássemos às escondidas, como amantes, três ou sete vezes por semana, quem sabe. Mas eu o perdera. Eu o perdera por simplesmente dizer a verdade.

Naquele instante, aquele cheiro de flor invadiu o apartamento. Aos soluços, procurei em volta, tentando entender, mas não era capaz de pensar em nada além do fato de que Hyunjin havia me chutado. Enterrei a cabeça entre os joelhos, derramando um oceano de lágrimas. Um formigamento delicado se espalhou por minha mão direita e, por um momento louco, imaginei que meu avô estava ali, segurando minha mão. Foi o suficiente para me dar forças para me levantar. A raiva começou a se infiltrar sorrateiramente, e dessa vez direcionada à pessoa certa. Sequei os olhos com as costas da mão e marchei para o quarto, disposto tudo para recuperar o controle.

Da minha vida.

*Tem uma coisa que me irrita muito no hyunjin, ele não escuta o felix.

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