Capítulo 1 - Lucien Petkovic

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Lucifer

Despertei ao tremor suave do meu celular, que permanecia silencioso. Peguei o aparelho, sentando-me na cama para verificar a tela, ainda era no meio da madrugada.

Temos problemas, Senhor. – Marlon.

Quando é que eu não tinha problemas para resolver? Grandes homens, grandes responsabilidades. Liguei para Marlon, que atendeu no primeiro toque.

— Senhor, o Leon desapareceu.

— Como assim? Eu o enviei para conhecer nosso negócio nos Estados Unidos; seu trabalho era mantê-lo seguro. – Levantei-me apressado, chutando as cobertas enroladas no meu corpo.

— Sim, eu errei, reconheço. Fomos todos jantar num restaurante, quando começou um tiroteio. Tivemos duas baixas e perdemos o garoto.

— Já sabe quem pode ser?

— Ainda não, estamos com um filho da puta preso aqui, foi atingido no momento do ataque e o deixaram para trás. – Com o celular preso entre a orelha e o ombro, vesti a calça do pijama.

— Torture até descobrir algo. Estou chegando aí em algumas horas.

— Certo, chefe. – Finalizei a ligação, então fui até minha cama e joguei as roupas das duas mulheres que estavam deitadas e gritei:

— Fora do meu quarto, porra. – Ambas acordaram sobressaltadas, olharam uma para a outra e saíram do quarto correndo.

Liguei para o meu piloto, que atendeu na segunda ligação.

— Chefe...

— Esteja pronto no aeroporto em 30 minutos, estamos voando para os Estados Unidos.

16 horas depois, eu estava desembarcando em outro país, nos Estados Unidos da América. Um carro estava disponível me esperando para me levar diretamente para uma casa abandonada no meio da floresta, a duas horas de carro do aeroporto.

— Chegamos, Chefe. – Um segurança rapidamente abriu minha porta e eu saí. Ajustei meu terno e caminhei até a entrada da casa. Como alguém poderia morar em um lugar tão quente? Era impossível usar um simples terno. Odiava esse clima, odiava este país. Porra, eu odiava tudo ao meu redor.

Assim que entrei na casa abandonada, deparei-me com alguns homens no corredor. Ao chegar à possível cozinha da casa, vi um homem pendurado de cabeça para baixo. Surpreendentemente, o telhado velho da casa aguentava uma corda presa em suas ripas, segurando um corpo sangrento.

— Chefe, espero que tenha feito uma boa viagem. – disse um dos meus homens. Aproximei-me do corpo pendurado e notei que ele estava inconsciente.

— Onde está Oliver? Ele fez essa bagunça, espero que já tenha resolvido. – perguntei, esperando qualquer um dos homens presentes responder. Fui surpreendido quando Oliver entrou no ambiente e disse:

— Sabemos quem foi o mandante. – Virei-me para encará-lo, ansioso por respostas. Descobriria quem seria o próximo na minha lista de mortes.

— Foi o Santino, do cartel mexicano. Ele disse que foi retaliação por você roubar algumas rotas de droga dele. – Não pude conter meu riso. Só um louco ousaria mexer comigo, mas estava certo de que esse doente do Santino Castilho era um lunático.

— Não esperava alguém menos burro para fazer isso.

— Ahh... ai... – resmungou o homem pendurado. Virei-me para ele, tirei minha arma do coldre e disparei três tiros em seu rosto.

— Deixe esse corpo em um dos armazéns do Santino, junto com um recado. – me afastei da casa, voltando para o carro. Assim que me sentei, informei ao motorista: — Me leve para minha propriedade.

Mantenho uma casa fixa em cada país onde tenho negócios mais importantes. Quando cheguei à mansão, os portões se abriram, e eu observei a propriedade, fazia algum tempo que não vinha aqui. O carro foi estacionado na frente das escadarias da mansão. Assim que saí do carro, a governanta e alguns empregados se alinharam na frente da propriedade. Ao chegar ao topo das escadarias, acenei para os empregados.

— Seja muito bem-vindo à sua casa, Senhor. – disse a governanta baixinha, cujo nome eu desconhecia. Passei direto por eles e entrei, caminhando em passos largos em direção ao meu escritório. Assim que estive sozinho, peguei o celular no bolso e liguei para J.P.

— Quero tudo o que você puder encontrar sobre Santino Castilho e o seu Cartel. Tudo mesmo. Quero saber até quantas vezes ele mija por dia. – disse assim que a ligação foi atendida.

— Um "oi" seria bom também, Lucifer.

— Sem tempo para bobagem. Quero saber tudo sobre esse homem. – Encerrei a ligação sem dar espaço para conversa fiada. Em seguida, procurei o próximo número na agenda, Santino Castilho.

— Olha quem está me ligando, o Lucifer. – disse ele.

— Estava esperando minha ligação? – questionei enquanto pegava um cigarro do bolso e acendia.

— Eu sabia que você ia gostar da minha surpresa. Creio que já esteja aqui. Tenho certeza de que está feliz em sair daquele lugar congelado em que vive. – Soltei a fumaça calmamente, sem deixar que o filho da puta me afetasse.

— Você tem algo meu, e eu quero de volta.

— Então, venha pegar. – e encerrou a ligação. Soltei uma risada, ponderando qual parte do corpo dele eu deceparia primeiro.

Estava relaxando em uma poltrona de couro confortável, apreciando um excelente uísque e examinando diversos documentos sobre Santino. Comecei pelo tópico de sua organização, algo que eu já conhecia bem, pois havia estudado antes de envolver-me nos negócios com ele. Em seguida, passei para o arquivo da família.

Santino era casado com uma mulher com implantes, cabelos cacheados, pele morena e um sorriso forçado, claramente com metade de sua idade. Seu nome era Marta, e tinham um filho de 18 anos que herdara o nome do pai, destinado a ser seu sucessor. No entanto, algo me trouxe ainda mais satisfação: ele tinha uma filha do primeiro casamento. A primeira esposa era falecida, e a filha mais velha vivia nos Estados Unidos, cursando a faculdade. Seu nome era Malina, com longos cabelos loiros, um sorriso cativante e uma expressão inocente.

Meu celular interrompeu meu exame da foto da família Castilho. Atendi a ligação de J. P.

— Oi.

— Encontrei algo interessante, talvez até desconhecido para Santino. O arquivo está no seu e-mail.

— Vou dar uma olhada e retorno. - Encerrei a ligação e abri meu e-mail. O primeiro e-mail de J. P. continha apenas uma foto surpreendente, mal conseguia acreditar. Sabia que ele era mexicano, mas não esperava que sua vida fosse tão dramática. Liguei de volta para J. P.

— Quero saber todos os detalhes dessa foto, e disponibilize homens para investigar. Além disso, mande alguns para monitorar Malina e, quando possível, planeje o sequestro.

— Entendido, chefe.

Guardei os arquivos no gaveteiro da mesa de mogno, acendi outro cigarro e decidi sair da mansão.

Eu estava no controle da situação em relação a Santino Castilho. Ele havia tirado algo de mim, e eu estava determinado a recuperar tudo dele.

Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora