Quando retornei à mansão tarde da noite, o silêncio envolvia cada canto, testemunhando a exaustão de um dia repleto de reuniões e acertos de contas com capos de diferentes regiões. O peso das responsabilidades pesava sobre meus ombros, mas a persistente preocupação com os constantes ataques às minhas cargas impedia qualquer descanso.
A mansão, usualmente imponente e vibrante, estava silenciosa como uma tumba. Mesmo com o cansaço me envolvendo, a determinação para pôr fim aos incessantes ataques me impeliu a buscar respostas. Desci até o subsolo, onde as sombras pareciam se prolongar, e os corredores gelados davam passagem a salas secretas.
Ao adentrar o quarto onde Clay estava gravando o vídeo com Malina, deparei-me com uma visão chocante. Ela estava ali, amarrada à cadeira, visivelmente machucada. Sua cabeça pendeu para o lado, os olhos cerrados, denunciando os sinais da brutalidade infligida sobre ela. Uma onda de raiva cresceu dentro de mim, não apenas pela situação que ela estava enfrentando, mas pela forma como Clay a havia ferido.
— O que você fez? — minha voz cortou o silêncio, carregada de indignação e furor. O olhar dela permanecia fechado, como se não pudesse suportar a realidade do que acontecia ao seu redor.
Clay, diante da minha reação furiosa, tentou justificar suas ações de maneira desdenhosa, como se a brutalidade infligida a Malina fosse justificável.
— Ela precisava cooperar, chefe. Às vezes, é preciso mostrar quem está no controle para conseguir o que queremos. — Seus olhos não demonstravam arrependimento, apenas uma frieza calculada.
Minha paciência esgotou diante da cena brutal que se desenrolava diante dos meus olhos. Minha expressão, normalmente fria, agora refletia uma fúria contida. Encarei Clay com intensidade, a voz cortante ecoando pela sala.
— Que diabos você fez, Clay? Essa não era a instrução. Eu te disse para garantir a cooperação dela, não para machucá-la dessa maneira. Você ultrapassou todos os limites.
A reprimenda era áspera, e meu olhar denotava desagrado e desaprovação. Em um ambiente onde o controle era a palavra-chave, a ação desmedida de Clay representava uma violação direta das minhas regras. Era uma ameaça não apenas à integridade física de Malina, mas também à estabilidade do meu próprio domínio.
Clay, com uma convicção que beirava a arrogância, tentou justificar suas ações. Seus olhos encontraram os meus, desafiadores.
— Lucien, você precisa entender. Santino não vai se impressionar com um vídeo pacífico. Ele precisa acreditar que a filha está em perigo real para frear os ataques. Isso é guerra, e em uma guerra, medidas extremas são necessárias.
Contudo, minha mente não aceitava tão facilmente a lógica brutal de Clay. Eu valorizava o controle e a eficácia, mas não às custas da crueldade desmedida. Uma parte de mim, apesar de todo o meu racionalismo, não conseguia ignorar o desconforto diante do sofrimento de Malina.
Minha voz carregava a dureza do descontentamento enquanto eu confrontava Clay pela transgressão.
— Clay, não foi você quem decidiu a punição dela. Você ultrapassou seus limites. Eu sou o único que tem esse direito aqui, e você desobedeceu a minhas ordens. Prepare-se para as consequências.
Clay, ciente de sua posição hierárquica na máfia, aceitou a punição com uma expressão resignada. Ele sabia que, mesmo questionando minhas decisões, a lealdade à hierarquia da máfia russa era inquestionável.
— Chefe, eu... eu sinto muito. Não era minha intenção decepcioná-lo. Por favor, me perdoe. Aceito a punição. Farei o que for necessário para corrigir meu erro e provar minha lealdade a você.
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Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3
RomanceSenhor Mafioso A princesa do cartel mexicano de Sinaloa O rei da Máfia Russa Um sequestro que fez a Princesa ficar no poder do Rei. DRAMA DARK Livro indicados para maiores de 18 anos, contém cenários sexuais, perturbadores, linguagem forte. FAZ P...