Capítulo 5 - Lucien Petkovic

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Eu estava há dois dias fora de casa. No dia seguinte à noite em que transei e expulsei Malina do meu quarto, tive que viajar para o Panamá para verificar uma carga de drogas que explodiu antes de entrar no avião, destinada a ser entregue em Miami, nos Estados Unidos da América. Eu estava sentado na poltrona, observando o mar azul, sentindo um calor insuportável e desejando voltar nadando para a Rússia. No entanto, isso não era uma opção; eu estava obrigado a ficar e resolver os problemas associados ao meu envolvimento com o tráfico.

James saiu da casa acompanhado de uma loira peituda usando um biquíni rosa. Ele segurava uma garrafa de uísque, tomava diretamente do gargalo, e seu nariz branco indicava o uso de pó.

— Cara, você vende a melhor mercadoria que meu nariz já experimentou. —

Ele se sentou ao meu lado, e a garota se acomodou em sua perna. Ambos pareciam tão drogados quanto ele.

— Está vendo, você pode comprar minha mercadoria e batizar umas cinco vezes cada 100 gramas de pó. — Ele sorriu satisfeito, puxo a mulher pra beijar, então perguntou:

— Qual o valor do quilo do seu produto? — beberiquei meu uísque, depois puxei um maço de cigarro do bolso.

— 30 mil dólares. — James ficou surpreso, acostumado com cocaína adulterada.

— Porra, quem você está achando que é? Pablo Escobar? — acendi o cigarro e traguei a nicotina, deixando minha mente relaxar.

— Se você não quer, tem quem queira. — Levantei-me após terminar a bebida em meu copo. — Eu vim para cá porque precisava resolver um problema; meu objetivo não era fazer negócios. Não costumo ser fornecedor, prefiro fabricar, exportar e vender.

— Não, eu gostei do produto. Vamos fechar em 25 mil dólares? — terminei meu cigarro e joguei no chão, apagando com a ponta do sapato.

— Não, obrigado. — Estava prestes a me retirar quando ele disse:

— Eu fico, vou querer 100 quilos inicialmente, para sabermos se meus clientes vão querer e gostar do produto. — Me voltei para ele, apertamos as mãos.

— Negócio fechado — afirmei.

— Vamos comemorar — gritou James. — Marcel, traga as meninas.

O empregado de James logo apareceu acompanhado de outras mulheres, algumas nuas, outras vestidas apenas de biquínis. Um garçom se aproximou com uma bandeja contendo doses de cocaína, mas eu dispensei. Durante as próximas horas, fiquei bêbado e usei cocaína.

Era uma propriedade privada, uma mansão à beira-mar, com árvores ao redor. Eu estava completamente fora de controle, com mil pensamentos borbulhando na mente. James se aproximou de mim, colocou o braço sobre meus ombros e me conduziu até onde estavam as mulheres, todas se beijando. Mais alguns amigos de James chegaram, meus seguranças estavam ao meu redor, sempre prontos para qualquer eventualidade.

Eu não gostava que me tocassem, muito menos quando estava drogado.

— James, por favor, não me toque. — Pedi, tentando manter a cabeça limpa, mas ele riu e me empurrou na direção de uma mulher peituda.

— Vamos curtir. — Ele começou a rir, eu me afastei da mulher e fui atrás de mais bebidas. Estava prestes a sacar minha arma e atirar bem na sua testa, mas isso me traria muitos problemas. Eu estava no território dele, na sua região, onde eles permitiam que eu pousasse meu avião de carga para abastecer ou trocar mercadorias. Se eu o matasse, perderia o negócio que acabara de fechar e iniciaria uma guerra desnecessária.

— Clay, vem aqui — gritei. Ele se aproximou rapidamente. — Cuide das coisas aí, pra mim já chega.

Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora