Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3

Capítulo 7 - Lucien Petkovic

Ao sair do quarto, percebi que havia perdido o controle, algo que considerava inaceitável. Ela me chantageou, e, impulsivamente, a beijei diante dos meus homens. Ao pensar em Malina, cerrei os punhos, frustrado. Como pude permitir que isso acontecesse? Se ela tivesse se atirado, poderia arruinar todos os meus planos para ela. Que mulher tola.

Com milhares de questões para resolver, a última coisa que eu precisava era ocupar meu tempo cuidando da filha do meu inimigo. Puxei um maço de cigarros do bolso e acendi um com meu isqueiro em forma de caveira. Com a nicotina, parecia que poderia ter mais clareza em meus pensamentos. Retornei ao meu escritório, onde estava quando ouvi o som do vidro das portas quebrando. Imaginava que fosse no quarto de Malina. Nenhum outro ser nesta casa faria isso para chamar minha atenção. Estava mais do que irritado, mas tinha problemas urgentes para resolver.

— Clay, o que você estava dizendo mesmo? — perguntei ao sentar-me em minha cadeira, fumando lentamente.

— O Club Day. Tenho fortes indícios de que estamos sendo roubados. Os valores repassados estão em baixa. Há um ano, o clube faturava muito mais do que faz hoje. — Peguei meu copo de uísque que estava sobre a mesa e beberiquei.

— Você já sabe onde o dinheiro está vazando? — Clay era um gênio da contabilidade, seus cálculos sempre precisos, motivo pelo qual se tornou meu braço direito dentro desta organização.

— Sim. Boa parte do dinheiro recebido é em espécie. Suspeito que algum dos caixas esteja envolvido com uma das meninas. — Ele deslizou um papel branco, que continha um gráfico sobre os últimos meses. — Começou pequeno, mas foram aumentando gradativamente.

— Qual é o valor? — questionei.

— O valor final é de U$100 mil dólares. — Para mim, não era nada, mas só o fato de alguém tentar me passar para trás já era o suficiente para cortar algumas cabeças. — Relativamente baixo, comparado aos outros negócios, mas achei que o senhor gostaria de saber.

— Se veio até mim, já fez todo o trabalho. Quero nomes! — Clay coçou a garganta, ajustando o nó apertado da gravata, quase como se estivesse se preparando para jogar a bomba em meu colo.

— São 5 garotas envolvidas: Jessy, Andy, Angel e Darly. Enquanto os caixas, são dois: Alexander e Maxim. Tudo isso é o plano de uma pessoa em questão: Dmitry, o gerente da boate.

Apaguei meu cigarro no cinzeiro, levantei-me, ajeitei a arma antes de fechar meu paletó.

— Vamos resolver isso, não gosto de ser roubado. — Clay me seguiu para fora, e no caminho encontrei Mama, que corria com uma caixinha na mão. — Mama, ela deixou você ajudá-la?

Mama se voltou para mim, seus olhos castanhos expressivos encontraram os meus. Enquanto meu pai me renegava, Mama cuidou de mim, proporcionando carinho, afeto e atenção. Tinha muita consideração por ela.

— Meu menino, sim, me deixou ajudá-la, embora não pare de chorar um instante. — Ela passou a mão pelos cabelos ruivos antes de suspirar. — Pegue leve com essa devochka.

— Fique tranquila, ninguém morre por chorar. — Ela suspirou mais uma vez e continuou seu caminho para o quarto da princesa mexicana.

Vesti meu casaco antes de sair da mansão. O tempo estava particularmente bom hoje; mal conseguia sentir minhas mãos por causa do frio. Sorri satisfeito e entrei no carro. Meu motorista me levou até o Club Day, no centro de Moscou. Assim que parou o carro, o segurança do clube abriu a porta para que eu pudesse sair.

— Seja bem-vindo, chefe. — Anunciou o segurança, que me acompanhou para dentro do clube, que funcionava 24 horas. Estava lotado, com música alta, risadas e diversas atividades. Conforme andava pelo lugar, observei mulheres dançando, homens jogando dinheiro, drogas e bebidas. Algumas dançarinas não se atreviam a olhar em meus olhos, enquanto outras me observavam.