Capítulo 16

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Malina Castilho

Algumas horas antes

Enquanto observava Lucien sair da mansão, minha mente estava mergulhada em uma confusão de emoções. Ainda sentia uma pontada de raiva pela maneira como ele me tratava, mas também uma angústia silenciosa pela incerteza do meu destino aqui.

Então, Olga entrou na sala e sua voz cortou o ar, trazendo-me de volta à realidade.

— Malina, você não acha perfeito que Lucien tenha um encontro com Anna hoje à noite? - Ela perguntou com um olhar penetrante.

Anna. O nome ecoou em minha mente, e lentamente, a imagem da mulher bonita do evento de caridade se materializou diante de mim.

— Anna... - murmurei, conectando os pontos.

— Sim, Anna. - Olga confirmou, sua voz tingida de desdém. - Ela seria perfeita para Lucien, você não acha? A casa poderia ter uma nova dona.

Eu queria gritar, queria dizer a ela para parar de falar, para parar de me pressionar com suas insinuações cruéis. Mas em vez disso, engoli em seco e me virei para encará-la.

— Eles podem se explodir juntos, que não me importaria. - Minha voz saiu fria e controlada, mas por dentro, meu coração estava em chamas.

Olga apenas sacudiu a cabeça, seus olhos faiscando de desaprovação.

— Você não tem educação, Malina. meu filho é louco por manter você nesta casa até agora.

Eu não disse mais nada. Deixei-a falar, deixei suas palavras cortantes ressoarem no ar enquanto me afastava dela, determinada a não ceder ao turbilhão de sentimentos que ameaçavam me consumir.

A menção de Anna trouxe à tona uma onda de ciúmes que eu mal podia controlar. Eu sabia que não deveria me importar, que Anna era apenas mais uma em uma longa lista de mulheres que circulavam na vida de Lucien. Mas ainda assim, o pensamento de vê-lo perto dela, de compartilhar momentos íntimos, fazia meu estômago se revirar com uma angústia silenciosa.

Eu sabia que não podia deixar Lucien se aproximar muito de Anna. Qualquer indício de intimidade entre os dois poderia afastá-lo ainda mais de mim, e eu não podia arriscar isso.

Com passos duros, eu me tranco no meu quarto, sentindo a raiva pulsar dentro de mim como um fogo incontrolável. Sozinha, agarro o travesseiro e o aperto contra o rosto, deixando escapar um grito abafado. É como se aquele ato pudesse aliviar o peso sufocante que se instalou em meu peito.

Entre soluços reprimidos, murmuro para mim mesma, deixando as palavras carregadas de ressentimento escaparem dos meus lábios: "Eu te odeio, Lucien." Cada sílaba carrega uma intensidade de emoção, uma mistura de mágoa e raiva que parece consumir meu ser por completo

Fico um tempo tentando me acalmar, respirando fundo enquanto tento controlar a torrente de emoções que me invade. Depois de um tempo, saio do meu quarto, percebendo a ausência dos meus seguranças, o que é incomum. Caminho sem rumo pela mansão, deixando meus passos ecoarem pelos corredores vazios, até me deparar com a imponente porta do escritório de Lucien.

Ao entrar, sou envolvida pelo aroma penetrante do tabaco, característico do lugar. Meus olhos vagueiam pela sala, observando os detalhes familiares e intimamente conhecidos. Uma estante repleta de bebidas chama minha atenção, e eu me aproximo, decidida a me servir de um uísque.

Pego um copo de cristal e sirvo uma dose generosa, sentindo o líquido âmbar deslizar suavemente pelo meu paladar. Então, me permito afundar na confortável cadeira de couro da mesa de mogno, passando os dedos pelo material macio.

Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora