Capítulo 12

123 34 2
                                    

Malina Castilho

Acordei dolorida, a cabeça latejava com a ressaca do que parecia ter sido uma noite longa e perturbadora. A raiva fervia dentro de mim ao relembrar como fui forçada a ceder, a gravar um vídeo para que meu pai interrompesse os ataques contra Lucien. Como ele podia ser tão baixo a ponto de mandar alguém me machucar, enquanto ele próprio se escondia?

Não conseguia recordar como retornei ao meu quarto. Tudo estava embaçado, como se minha mente estivesse tentando bloquear as memórias desagradáveis. No entanto, ao examinar meu corpo, percebi que estava limpa e com os machucados cuidadosamente tampados.

Mama abriu a porta, trazendo consigo uma mesinha com café da manhã. Seus olhos expressavam preocupação enquanto questionava:

— Bom dia, minha querida. Como você está se sentindo?

Surpresa, respondi:

— Ah, Mama, não esperava por isso. Estou um pouco dolorida, mas sobrevivendo.

Ela colocou a mesinha ao meu lado e continuou:

— Trouxe um café da manhã leve e alguns remédios para a dor. Vai ajudar a aliviar.

Agradeci sinceramente:

— Isso é tão gentil da sua parte, Mama. Obrigada.

Ela finalizou, demonstrando cuidado:

— Você precisa descansar e se recuperar. Se precisar de algo mais, estarei por perto.

Com um sorriso, respondi:

— Agradeço, Mama. Sua presença faz toda a diferença.

Mama observou quando fiz menção de me levantar da cama, mas ela logo interferiu com preocupação:

— Minha querida, não precisa se apressar. Deixe que o corpo se recupere. Fique na cama, por favor.

Eu hesitei por um momento, mas acabei concordando:

— Está bem, Mama. Vou seguir o seu conselho.

Ela assentiu, satisfeita:

— Isso mesmo. Descanse e se alimente. A recuperação será mais rápida assim.

Agradeci, reconhecendo o cuidado dela:

— Obrigada, Mama.

Mama deixou o quarto, me deixando sozinha com a mesinha que continha o café da manhã. Aproveitei para comer, saboreando cada pedaço com calma. Em seguida, tomei o remédio que Mama havia trazido para aliviar a dor pelo corpo.

Após esses cuidados, retornei à cama e me aconcheguei sob as cobertas. A sensação de relaxamento começou a tomar conta, e gradualmente me entreguei ao descanso, permitindo que o corpo se recuperasse do episódio doloroso. O quarto ficou envolto em silêncio, e, aos poucos, me entreguei ao sono.

Enquanto me encontrava na minha sala, assistindo ao vídeo que Clay fez na noite passada com Malina, eu degustava um cigarro, deixando o aroma denso e amargo preencher o ambiente. Um copo de uísque repousava em minhas mãos, a bebida âmbar brilhando à luz fraca da sala. Meu olhar fixava a tela, mas meus pensamentos divagavam entre a fumaça e o líquido dourado,

No vídeo, Malina aparece visivelmente machucada, seus olhos mostrando sinais de cansaço e sofrimento. As palavras saem entre soluços e dor, mas ela fala com determinação.

— Pai, por favor, você precisa parar com isso! — as palavras saem com dificuldade, interrompidas por pausas angustiantes. — Eles disseram que vão continuar me machucando... até a morte, se for preciso. Você não pode... continuar assim. Pare com esses ataques, por favor!

Senhor Mafioso - Série Senhores - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora