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"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

James R. Sherman

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Elle 

— Não entendi onde está querendo chegar.

— Um homem tão inteligente e rico como o senhor não consegue se lembrar nem por um momento como era quando tinha a nossa idade? 

— Lembro sim. . .

— E aposto que tudo o que queria era um pingo de afeto e reconhecimento de seus pais, aposto que tudo o que queria. . .

— Eu sempre fiz tudo como meu pai queria!

— Otimo! — Falei tocando seu ombro e fazendo ele olhar em meus olhos. — Chegamos aonde eu queria. — Sentei na mesa a sua frente e cruzei os braços. — Você fez o que eles queriam e o que o senhor queria? 

— Não importa! — Ele se levantou par ir embora.

— É tão dificil assim adimitir que você se tornou alguém completamente diferente do que queria ter cido? — Ele parou antes de chegar a porta, mas seguiu de costas pra mim. — Eu aposto que se podesse usar todo o seu dinheiro pra voltar no tempo você o faria, só pra poder enfrentar o que lhe foi imposto e tentar viver das suas escolhas não é mesmo?

— Não sabe nada sobre mim!

— Otimo, significa que estamos em pé de igualdade, sente-se meu sogro e conte-me sua história! — Ele respirou findo chegou a levar a mão até a maçaneta, mas a abaixou. — É uma oferta de paz! 

— Por quê? — Sua voz mal saiu, ele parecia estar lutando internamente. 

— Porque gostaria que o senhor fosse presente na vida dos nossos filhos! — Ele virou imediatamente olhando para meus olhos e depois para minha barriga. — Nossos futuros filhos!

Sem falar nada ele caminhou de volta a cadeira e eu fui pra de Lian. Resolvi começar por mim.

—  Sou filha de uma artista plastica que me criou sozinha por causa de um avô narcista e manipulador que. . .

Contei boa parte da minha história. Quando terminei ele começou a me contar o seu passado manipulado por seu pai e sua essência esmagada pela opressão sofrida por sua familia. 

— E é isso, fiz o que um bom filho faria. 

— E foi feliz? 

— Só quando chegava em casa e  via o sorrizo da minha esposa, e quando Lian nasceu foi o melhor dia da minha vida. . . e . . . talvez eu tenha me esqquecido de quem eu queria ser e acabei me tornando o meu pai. . . Não sei se um dia eu vou conseguir mudar quem me tornei, mas eu não posso perder meu filho, não posso perder um pedaço do que sobrou do amor da minha existencia. 

— Então — Me levantei e sentei na mesa a sua frente novamente, peguei sua mão. — Não o afaste mais incistindo pra que ele seja igual ao seu pai e o que se tornou, deixe-o escolher ser quem ele é, apenas o acompanhe e toça por suas escolhas e conquistas por mais pequenas que sejam. 

—  Mas e a empresa. . .

—  Quantos anos o senhor tem? 

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— E quantos anos o senhor acha que tem pela frente.

— Isso só Deus sabe.

— Qual a media de vida que o senhor quer viver daqui pra frente?

— Não sei, uns 20 ou 30 anos.

— E quer viver esse tempo atrás de uma mesa de escritorio?

— Não, por isso sonhava que meu filho assumisse a empresa.

— E quebrá-lo mais do que já está?

— E o que eu faço? — A dor em seus olhos transpareceu, a luta contra o que se tornou começou a batalha. — Vendo tudo? Jogo anos de meu avô, pai e meus anos de vida fora?

— Vocês jogaram esses anos fora, não peça para que Lian jogue os dele também. Quando seu avô partiu, levou a empresa com ele? Quando seu pai partiu levou o dinheiro da empresa com ele? quando o senhor partir vai levar alguma coisa? 

— Não, ninguém levou nada. 

Respirei fundo lembrando da minha mãe. 

— A unica coisa que a minha mãe levou com ela foi o amor que compartilhamos, os momentos que vivemos juntas, como ler um livro no meio do parque ou um filme num dia chuvoso coberttas juntinhas no sofá, uma pizza num dia cansativo ou uma viagem de carro só pra tirar fotos no meio do nada. 

— Como sabe que ela levou isso?

— Porque meu amor por ela ainda está vivo, e o amor dela por mim sempre foi tão grande que eu ainda o sinto aqui dentro! —  Toquei meu peito.

 — Eu queria que Lian sentisse o mesmo por mim quando eu pertir. — Ele sorriu tristonho. 

— O que está acontecendo aqui? — Perguntou Lian entrando de supetão. 

— Oi meu bem, nada demais. — Fui até ele lhe dando um selinho para acalma-lo. — Seu pai veio confirmar o convite pra nossa ceia de ação de graças na casa da mãe do Jace. 

Lian o olhou e ele confirmou com um aceno de cabeça. 

— Sua noiva me convidou e eu aceitei, se não se importar. . .

Lian respirou fundo como o proprio pai faz antes de dar uma resposta bem pensada.

— Esta bem. — Disse Lian desconfiado. — A casa e as pessoas são simples, não. . . não fale coisas . . . 

— Fique tranquilo filho, não direi nada e obrigada pelo convite Elle.

— Não precisa agradecer, só não se atrase, teremos uma tarde de jogos antes do ceia. 

— Qual o horario mesmo? — Perguntou ele se levantando pra ir embora. 

— Depois das 15:00 qualquer horario. — Falei o olhando e sorri com a cumplicidade daquela pequena mentira boa. 

— Estarei lá! 

Ele ia passar na reta pr nós e eu segurei seu braço e lhe dei um beijo na bochecha. 

— Obrigado pela visita meu sogro! — Ele sorriu e eu lhe fiz sinal com os olhos para que trocasse algum tipo de cumprimento com Lian. Suas bochechas coraram um pouquinho. Deu dois passos e passou a mão no rosto de Lian.

— Até mais meu. . . filho! 

— Até! — Respondeu Lian com a voz rouca. 

Quando a porta foi fechada Lian me olhou.

— O que acabou de acontecer aqui?

— Acho que seu pai conseguiu entender onde ele estava errando com você!

— Ele não vai mudar Elle!

— Vamos esperar pra ver! — Sorri passando os braços por seu pescoço e ficando nas pontas dos pés, olhando em seus lindos olhos que estavam sombrios até eu o beijar. 

— Já falei que a amo?

— Hoje só umasduas vezes! — Brinquei.  

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