7 - O peso de uma doença

57 3 42
                                    

Caminho pela avenida pensativo, não pude falar muito com a Camila no dia anterior mas ela me convidou para um lugar, observo o endereço com cautela, nunca fui muito de andar por aquela parte da cidade quando estou sem pensamentos de morte, mas tod...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Caminho pela avenida pensativo, não pude falar muito com a Camila no dia anterior mas ela me convidou para um lugar, observo o endereço com cautela, nunca fui muito de andar por aquela parte da cidade quando estou sem pensamentos de morte, mas todo aquele caminho não me era estranho. No dia em que eu tinha decidido me matar, fiz aquele trajeto até chegar...

- Boa tarde, meu jovem! – Uma idosa logo veio até mim – Finalmente decidiu adotar um cãozinho?

A mesma senhorinha, do outro dia...

- Perdão! – Direcionei meu olhar para o canil ao ar livre – A senhora disse da última vez que tinha uma neta...

- Ah sim, mas não tem como adotá-la, mas ela está solteira caso queira domar! – A velha logo direcionou um olhar sugestivo, seguido por uma gargalhada – Você deve ser o Rafael, não imaginava que você seria tão...

- Estranho? – Ouço a voz arrogante do tampinha, claro que ele acompanharia a namorada

- Bonito! – A velha volta com seu olhar sugestivo

- Não te vi na escola hoje, está planejando um atentado ou algo do tipo? – O tampinha ignora a senhora e cruza os braços, direcionando um olhar rude para mim

- Tem como ser menos exagerado? Meu irmão mais novo estava doente então fiquei em casa para cuidar dele!

- Você? Cuidando de alguém? Achei que sua especialidade era fazer os outros chorarem...

O que eu fiz com a Camila, cinco anos atrás, continua reverberando.

- Ai!

Observo que o tampinha levou um pequeno soco na cabeça. Camila.

- Sua idiota, por que fez isso?

- Idiota! – Camila grita de volta – Assustando o Doki!

Doki? Algum cachorro especial?

Camila me recebe com um sorriso e me estende a mão, sua imagem no fundamental invade minha cabeça, por que o sorriso dela me invade um jeito tão especial? Seguro sua mãe e a sigo para um dos pequenos galpões, observo o tampinha apenas nos observar com fúria em seu olhar

- Não deveria tratar seu namorado de uma forma mais amigável? Ele só está tentando te proteger de mim!

Ela se vira para mim, inclinando sua cabeça, nem percebi que tinha falado em voz alta e não na linguagem de sinais. Achei melhor não repetir e deixar para lá.

- Doki! – Ela aponta para um cachorro com pelagem branca e um círculo preto ao redor de seu olho esquerdo, ele não parecia ser um cachorro velho, muito menos um filhote.

- Oi, Doki! – Me aproximo do animal que logo curva sua cabeça para me observar – Como que tá, garotão?

O cachorro continua a me observar

O peso das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora