15 - O peso de retornar

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A comida do hospital é realmente horrível

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A comida do hospital é realmente horrível. Não é exagero quando as pessoas falam mal dela. Minha mãe caminha de um lado para o outro à minha frente, com as mãos na cintura e a respiração ofegante revelando seu estado de nervosismo.

— Quer dizer que você não se lembra do que aconteceu? — Ela pergunta, com a voz carregada de uma mistura de desespero e frustração.

— Sim! — Respondo, tentando manter a calma.

— Ok! — Ela para finalmente de andar, com uma expressão de ceticismo. — Você espera que eu acredite nisso?

— Você meio que não tem opção! — Retruco, tentando mostrar confiança. Obviamente estou mentindo.

— Então você admite que está mentindo?

— Eu não disse isso! — Desvio o olhar, pegando uma colher de sopa hospitalar, que está quase fria. A textura da sopa é estranha, e o gosto é ainda mais suspeito.

Minha mãe se prepara para continuar, mas é interrompida pelo som da porta se abrindo de repente. Lúcio, Aline, Marcos, Ana e Camila entram, todos com expressões que misturam alívio e preocupação.

— Ainda bem que você não morreu! — Lúcio exclama, me abraçando com força. O gesto é um tanto exagerado, mas é bom sentir o apoio dos amigos.

— Não chegue falando uma coisa dessas, idiota! — Marcos diz, colocando as mãos nos bolsos e fazendo uma careta de desdém. Seus olhos são de preocupação, mas ele tenta disfarçar com um tom de ironia.

Meus olhos se encontram com os de Camila, que está um pouco afastada. Nos encaramos por um instante. Ela sorri timidamente, e eu retribuo o gesto.

— Como você está se sentindo? — Camila pergunta com um tom gentil e preocupado.

Levanto o polegar da mão direita em sinal de positivo e acompanho com um sorriso, embora o desconforto ainda esteja presente. Aline revirou os olhos, visivelmente incomodada.

— Quem fez isso com você, marido? — Aline pergunta, com sua voz carregada de uma exigência que não consigo ignorar.

— Não sei! — Minto, olhando para baixo, fingindo que o prato de comida é o foco da minha atenção.

— Você não se lembra de nada? — Marcos pergunta, cruzando os braços e observando-me com um olhar crítico.

— Não! — Minto novamente. — Não lembro de nada!

Todos no quarto me observam com uma expressão de descrença. Ninguém parece acreditar no que estou dizendo.

— O Yuri também quase morreu! — Lúcio quebra o silêncio tenso, mas acaba piorando a situação.

— Que sutileza! — Marcos força um sorriso, visivelmente incomodado. — Parece que você está tentando justificar o injustificável.

— O que aconteceu? — Pergunto, tentando entender a conexão.

O peso das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora