Rafael, um garoto popular do ensino fundamental, praticava bullying contra Camila, uma garota surda, causando-lhe tanto sofrimento que ela foi obrigada a deixar a escola. Contudo, o destino reserva reviravoltas inesperadas para Rafael. Agora, ele en...
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A leve rosa delicada que repousa sobre meus ombros parece um suspiro fugaz. Meus olhos se desviam para o caixão sendo lentamente abaixado no vazio do solo úmido do cemitério. Minha mãe, com mãos trêmulas, é a primeira a deixar cair a rosa sobre a madeira escura daquele receptáculo da morte. Marcos e eu seguimos em seguida. Quando solto a rosa, quase todas as pétalas caem em volta do caixão, exceto uma, que o vento carrega na direção para onde sopra.
Meu olhar segue a pétala perdida até encontrar Rafael e Lúcio do outro lado do cemitério. Rafael acena suavemente para mim, seus lábios se movem em silêncio. Ele está claramente expressando suas condolências. Encaro-o por alguns instantes antes de voltar minha atenção ao caixão, agora adornado com flores lançadas por parentes e amigos da minha avó. Os coveiros logo capturam minha atenção ao começarem a sepultura.
Minha mãe desaba em lágrimas e tudo que posso fazer é abraçá-la com toda a força que minha alma pode reunir. Não há palavras leves a serem ditas neste ambiente melancólico. Quando finalmente volto meu olhar para o lado oposto do cemitério, Rafael e Lúcio já não estão lá. Talvez tenham ido embora para evitar mais olhares curiosos, ou talvez seja apenas minha mente tentando encontrar algum consolo no meio dessa despedida dolorosa.
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Uma semana antes da morte de Maria.
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- O Rafael está mais bonito, mais risonho! - Minha avó dizia enquanto se ocupava no tricô.
Meus aparelhos auditivos conseguiam captar bem sua voz, ainda que soasse como a de um robô com um cigarro na boca. Ao seu lado, eu segurava alguns fios de lã, ajustando o aparelho apertado ao redor das minhas orelhas, quase inoperante. Sabia que se mencionasse a condição do meu aparelho, minha avó faria o impossível para garantir que eu continuasse a ouvir um pouco mais de sua voz; portanto, era melhor não arriscar, levando em consideração que ela precisa de dinheiro para continuar comprando seus remédios.
- Ele parece ser totalmente diferente do rapaz que sua mãe odeia, mas o que você acha dele? - ela continuou.