17 - O peso da resiliência

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Caminho pelas ruas junto a Lúcio, Marcos e Camila estão conosco e já me impressiona o fato de não haver mais brigas no grupo

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Caminho pelas ruas junto a Lúcio, Marcos e Camila estão conosco e já me impressiona o fato de não haver mais brigas no grupo. Passamos pela padaria e estamos a caminho da casa de Yuri, já faz um tempo que ele não responde nossas mensagens ou simplesmente não o vemos, nossa preocupação com ele nos guiou até um bairro próximo onde ele residia.

- É aqui! – Marcos encarava a tela do celular junto a casa que havíamos parado para observar.

Antes do incidente do hospital, Yuri havia nos mandado o endereço e a foto de sua casa.

Lúcio é o primeiro a dar o primeiro passo. A casa tinha um grande portão de alumínio com paredes revestidas de cerâmica, não parecia ser de alguém rico mas também não parecia ser de alguém que estivesse com problema financeiros. Lúcio, de súbito, dá fortes batidas no portão, assustando até mesmo a nós que estávamos perto dele.

- Parece que você evita usar esse cérebro! – Marcos puxou Lúcio para longe do portão, e seguiu dando suaves batidas, o suficiente para que o barulho ecoasse por dentro da casa

Enquanto eu esperava que Yuri ou seus pais nos ouvissem, resolvo visualizar mais da vizinhança. Logo em frente à casa de nosso amigo, observo uma pequena praça, parecia abandonada pelo governo mas nada que afastasse algumas pessoas que caminhavam por ali, os arredores eram preenchidos com pequenas lojas ou casas propositadamente mal construídas, não era tão diferente do meu bairro. Para finalizar, bandeirolas do Brasil preenchiam fios que se ligavam no alto dos postes e pinturas bem feitas ao asfalto, completavam o clima de copa do mundo.

Observo Camila se aproximar com suavidade, me entregando um sorriso.

- Imaginava que o Yuri morava em um lugar tão agitado? – Pergunto para ela, com movimentos de mãos mais lentos que os de costume

- É quase igual onde eu moro! – Ela responde – Você tem que ir lá qualquer dia desses!

- Preciso ver a Doki mesmo!

- Mas a Doki está na loja! – Ela responde – Digo que você precisa ir para passarmos um tempo juntos...

Percebo que ela interrompeu seus movimentos, talvez estivesse pensando em seus próximos movimentos ou só estivesse se arrependido de ter me convidado, o que não seria surpresa já que a mãe dela me odeia.

- Quer ir? – Ela pergunta em voz alta

- Mas é claro que sim! – Respondo acompanhado a um balançar de cabeça nada sutil

Nossa conversa logo é interrompida quando o portão da casa de Yuri se abre, revelando uma mulher com uma feição nada agradável, talvez estivesse brava pelo fato do Lúcio ter batido muito forte.

- Eu sabia que eram vocês! – A mulher falou revirando os olhos. Aquela era a mãe de Yuri – O meu filho não quer ver nenhum de vocês!

- Não quer, ou você não deixa? – Marcos perguntou cruzando os braços – Você também não deixou chegar perto dele lá no hospital!

O peso das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora