18 - O peso de aceitar seus erros

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As férias de Julho já haviam chegado e, junto delas, surgiram as dúvidas sobre o futuro, pois o último semestre se aproximava

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As férias de Julho já haviam chegado e, junto delas, surgiram as dúvidas sobre o futuro, pois o último semestre se aproximava. Mas não vivemos só de futuro — é dia 4 de julho, e devem estar se perguntando o que esse dia tem de tão especial. É dia de festejar a independência dos Estados Unidos, minha gente! Brincadeiras à parte, pois nossa história se passa no Brasil, hoje é dia de mais um jogo do Brasil na Copa do Mundo, Brasil contra Colômbia.

Estou andando com Lúcio pelas ruas movimentadas da cidade. Nossos amigos já tinham compromisso, então somos só nós dois mais uma vez. Estou vestindo uma bermuda branca que percorre minha coxa até um pouco acima dos joelhos, com alguns rasgos em seu tecido, junto de uma camisa majoritariamente verde com detalhes amarelos na gola e nas mangas, além de um boné e chinelos brancos. Lúcio, por sua vez, está de calça jeans azul e uma camisa padrão do time brasileiro, majoritariamente amarela; ele também fez duas listras verdes em suas bochechas.

— Para onde vamos hoje? — Lúcio me perguntava, tentando desviar da multidão eufórica que se preparava para assistir ao jogo.

Como resposta, entrego-lhe um panfleto.

— Mas que desgra... — O vejo cobrir a própria boca — Quero dizer, caramba!

Ele realmente é estranho. 

O panfleto era o mesmo que Aline havia me dado semanas atrás, um banner do restaurante onde ela trabalhava.

— Não vamos até lá, né? — Lúcio apressava seus passos para me seguir.

— Pode assistir ao jogo lá em casa se não quiser me acompanhar!

— Até aceitaria se já não estivéssemos longe da sua casa!

Solto um sorriso alto o suficiente para que Lúcio me ouvisse.

— Você quer falar com a Aline mesmo depois de ver o vídeo dela humilhando a Camila? — Ele perguntou.

— Eu preciso falar com ela justamente sobre esse vídeo! — Respondi, parando minha caminhada.

Eu só precisava atravessar a rua para ter acesso ao restaurante de frutos do mar e lan house "Navegando". Amei o trocadilho. Cerro meus punhos antes de analisar a fachada azul com um grande letreiro do nome do local e algumas mesas amplamente ocupadas pelas pessoas que queriam ver o jogo no imenso telão instalado ali.

— Já não podemos voltar atrás! — Lúcio atravessa a rua após olhar os dois lados — Eu quero comer camarão mesmo!

O sigo com cautela. 

Após adentrar o restaurante, posso analisar seu interior. Não era um restaurante cinco estrelas, mas parecia algo chique: mesas redondas espalhadas pelo salão, cobertas por panos brancos, e cadeiras adornadas de tinta prateada davam um ar clássico. Algumas cabines ao lado da recepção davam acesso à lan house, usada por alguns clientes.

O peso das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora