Pov. Ayla
Havia se passado dois dias desde nossa chegada em Forks. Estávamos nos acostumando com a curta dinâmica criada até o momento.
Apesar de tia Freya ter falhado na escolha da cidade, acertou na escolha da casa. Que lugar lindo e aconchegante! Por chegarmos antes que o restante da família, conseguimos escolher quartos com vista para a floresta, o que particularmente foi o melhor até agora. Essa cidade não aparenta ter nada para oferecer, e tia Freya tinha razão: encontrar um inimigo aqui vai ser difícil. Enfim, seguros e em paz.
Soube que tem uma casa a alguns quilômetros de distância. Sentimos o cheiro de lobo vindo de lá, provavelmente é algum dos lobos giraguaia que existe nessa cidade. Me pergunto se a matilha de transmorfos é grande. Aparenta ser o único "perigo" nessa cidade.
Thomas: Ayla, desce pra almoçar! - Thomas berra da cozinha.
Ayla: Pra que berrar? - Consigo ouvir Hope e Thomas rirem no andar de baixo. Eles cozinharam juntos, estavam em um chamego só.
Hope: Desce logo Ayla, temos que explorar essa cidade.
Eu saio de frente da imensa janela e vou de encontro à cozinha. Me sento à mesa e me sirvo. Ficamos por pouco tempo em um silêncio maravilhoso, porém posso ouvir daqui as engrenagens na cabeça de meu irmão a todo vapor.
Ayla: Como vocês acham que será nossa vida aqui? Só de pisar aqui me sinto embriagada de tédio.
Hope: A cidade aparenta ser tranquila. Não sei o que esperar, mas acho que não será nada demais. Acredito que os transmorfos poderão vir falar conosco. - Diz pensativa. Hope sempre foi uma garota tranquila, porém possuía o brilho do demônio nos olhos, algo que herdou de Niklaus.
Thomas: Independente de virem ou não falar conosco, permaneceremos discretos e sem fazer bagunça, pelo menos até nossos pais chegarem. Por isso, acho importante determinar regras que todos devemos seguir. - Thomas diz. Ele sempre tem que bancar o protetor, é parecido demais com nosso pai.
Ayla: Regras, Thomas, sério? - digo indignada. Já me basta não ter o que fazer nessa cidade. Nem a aula iremos, não há o que fazer.
Hope: Amor, pega leve. Estamos só nós três nessa cidade. Podemos aproveitar essa semana antes que as responsabilidades retornem. - Eu já disse que amo essa garota? Pois eu amo.
Thomas: Tá, podemos seguir uma vida mais tranquila, porém não quero vocês duas na floresta após as dez da noite. Não conhecemos esse local e muito menos o que está lá fora. E sejam cuidadosas com as bolsas de sangue. - Diz em tom sério.
Ayla: Tranquilo, capitão. - Hope ri e Thomas me olha sério.
Thomas: Nada de sair da linha, Ayla. Vou estar de olho em vocês duas.
Ayla: Você sempre está, lobinho.
Após almoçar, recolhi as coisas da mesa e lavei a louça. Ao terminar, subo para meu quarto, coloco uma roupa mais confortável, meu tênis de corrida e fones de ouvido. Decido aproveitar a tarde para fazer uma caminhada e deixar o casal lua de mel a sós. Saio pela parte de trás da casa e dou de cara com uma trilha. Sigo floresta adentro até encontrar um lago. Me sento em uma pedra próxima. Com certeza a melhor parte de ser uma bruxa é sentir cada parte do meu corpo vibrar ao entrar em contato com a natureza. Sinto que ela faz parte de mim.
Sentada nessa gigante floresta, começo a pensar em todas as circunstâncias que me trouxeram até aqui. Essa cidade não é nem de longe um lugar em que eu queria estar, mas fico feliz e tranquila de saber que minha família está segura. Estou feliz de ver meus pais bem. Desde que me lembro, eles sempre estiveram juntos, sempre se apoiaram e cuidaram de nós. Eu não sou estúpida, sei que meu pai biológico pode estar por aí, sei o que ele fez, mas não me recordo dele, de seu rosto e voz, e não tenho como sentir falta do que nunca conheci. Meu pai Elijah é de longe a melhor pessoa que já entrou em minha vida. Ele é meu pai, meu protetor. É impossível mensurar o tamanho de meu amor por ele, o tanto que ele já fez por mim, cuidou, ensinou, protegeu e amou. Não existe outra pessoa que eu poderia querer representando este papel em minha vida.
Thomas se parece muito com o nosso pai, tanto fisicamente quanto em sua personalidade. Às vezes, é nítido um fragmento da personalidade de Niklaus. Meu irmão é meu melhor amigo, meu conselheiro e protetor. Por muitos momentos, ele esqueceu de si para cuidar de mim. Mamãe sempre o trazia de volta à realidade, pois ele precisava cuidar de si mesmo. Meu irmão se lembra de nosso pai biológico e do que ele disse ao ir embora. Acredito que por sentir insegurança e medo de algo machucar nossa mãe novamente, ele se fechou ao amor paternal. Papai teve que insistir em Thomas, conquistá-lo e mostrar ser confiável. Hoje, eles possuem um relacionamento belíssimo de pai e filho. Elijah ensinou tudo a meu irmão, desde como conquistar uma garota a como manter a calma na transformação. Lembro-me de quando papai nos treinava: tínhamos aulas semanais de feitiços com mamãe e luta com nosso pai. Eles queriam garantir que estávamos prontos para tudo.
Saio de meus pensamentos ao ouvir um barulho na floresta. Olho para o lado e vejo um rapaz. Ele me olha seriamente e percebo que é um transmorfo.
XX: Não deveria estar sozinha na floresta. Pode se perder.
Ayla: Moro aqui perto. Não vou me perder da trilha. - disse confiante.
XX: Sou Jacob, a propósito. É a nova moradora de Forks, certo? - diz estendendo a mão.
Ayla: Prazer, Jacob. Sou Ayla. Isso, cheguei a dois dias com meu irmão e cunhada. - lhe dei um sorriso. Fingir simpatia é comigo mesmo, sou pós-graduada em sinismo de Kol Mikaelson.
Jacob: Sejam bem-vindos! - O transmorfo está tenso, mas logo sorri.
Ayla: Foi bom conversar com você, Jacob, mas preciso retornar para casa. - digo me virando e retornando à trilha.
Jacob: Até mais, Ayla. - o garoto acena.
Ayla: Até, Jacob.
Retorno para casa, tomo um banho e me deito para ler um livro. O escolhido da vez é Orgulho e Preconceito, o romance favorito de meus pais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
GRENADE - ACKLES
FanfictionCarlisle Cullen havia sido casado anos antes de transformar Edward e conhecer Esme Cullen. No entanto, ele deixou sua família por não compreender o que eram e por sua esposa não ter sido sincera desde o início. Ela mencionou apenas metade de sua nat...