Em meio às sombras do poderoso clube de striptease Vênus, Mia, uma jovem talentosa, ergue-se como a principal atração, hipnotizando todos com sua dança e presença. Mas tudo muda quando Billie O'Connell, filha do poderoso contrabandista Patrick, cruz...
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"- Sabe, você é chata, insuportável, terrível, péssima... mas, eu realmente tô com medo de começar a amar você...
Senti meus olhos ficarem mais pesados e, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, o sono me consumiu completamente, deixando apenas o som suave da respiração de Billie preenchendo o silêncio ao meu redor."
*
Mia.
Abri os olhos e percebi que estava no quarto de Billie. Olhei para baixo e ainda estava com o vestido que ela havia me dado. Minha cabeça doía e latejava forte. Sentei na cama e tudo parecia estar girando.
O quarto não estava totalmente escuro, apenas um abajur de porcelana caríssimo iluminava o ambiente. Eu não me lembrava de nada, apenas que bebi horrores e acabei perdendo a festa da Claudia.
Ainda era noite, o relógio ao lado da cama marcava exatamente 02:47 da madrugada.
Billie não estava ao meu lado, mas sim na sacada que havia em seu quarto. Percebi aquele conhecido cheiro de cigarro pairando, provavelmente, ela estava fumando. Levantei e fui até sacada.
Billie estava de costas, apoiada no parapeito. Ela ainda vestia a mesma roupa da festa, e parecia distante observando a paisagem deserta que cercava a mansão.
Me aproximei e ela virou a cabeça lentamente em minha direção.
- Você perdeu a festa. — Disse simples, olhando para o nada e tragando o cigarro.
- É... eu sei, me desculpa, eu estava entediada. — Parei em seu lado me escorando no parapeito.
- Espero que não se repita mais, eu te pago pra fazer o serviço direito. Meu pai e todos ficaram olhando... eu não gostei nem um pouco disso. — Disse seca, sem me olhar nos olhos, ela estava estranha.
Fiquei em silêncio por um momento, a observando enquanto ela tragava o cigarro. Ela parecia um pouco perdida em seus próprios pensamentos, sem contar, que estava estranha pra caralho, agindo com indiferença e grosseria de novo.
- Billie... tá tudo bem? — Perguntei, tentando quebrar o gelo.
Ela soltou uma nuvem de fumaça antes de responder. Seus olhos permaneciam fixos em algum ponto distante lá fora.
- Sim, tá tudo bem. — Ok, essa resposta não me convenceu.
- Tem certeza? De que tá tudo bem? — Perguntei um pouco receosa.
Ela virou o rosto lentamente para me encarar, seus olhos azuis encontrando os meus. Havia uma intensidade diferente em seu olhar, algo que me deixou estranhamente mais intimidada e desconfortável que o normal.
Obviamente, não consegui manter contato visual e desviei imediatamente meus olhos dos dela, encarando qualquer coisa que não fosse seu rosto.
- Você é surda ou o que? — Respondeu de forma ríspida.
