PRÓLOGO

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MOSCOU, 2019 | NELLI


Minhas mãos estavam suadas de tão nervosa que estava.

Faz uma semana que completei 18 anos, e hoje finalmente criei coragem para me confessar para Ruslan, nosso Pakhan.

Ainda lembro como meu coração palpitação quando o vi pela primeira um ano atrás.

Achei que era por ele ser lindo, e ser nosso líder, mas quando percebi que todos tinham medo dele e eu não, comecei a me questionar sobre o que sentia.

Ruslan era o homem mais lindo que já vi, seus quase 2,0 m de altura, seus olhos tão azuis quanto o oceano, e a aura misteriosa que o rodiava, me atraíam demais.

Passei uma semana sem treinar, me preparando para esse momento.

Estamos em uma festa no terraço da sua empresa, como meu pai é seu conselheiro, toda a família é convidada.

Percebo que ele se afasta dos convidados e vai até um lugar mais afastado.

Respiro fundo, colocando a mecha loira do meu cabelo atrás da orelha, e vou atrás dele.

A som da minha bota preta no chão se mesclam com as batidas do meu coração.

— Senhor Ruslan. — Chamo, recuperando o fôlego, vendo-o se virar para mim.

— Senhorita Pavlova. — A voz grossa fala, estreitando os olhos para mim.

Me pergunto se ele sabe se sou a Nelli e não a Anna.

— E-eu... — Ótimo, estou até gagueijando.

Vejo ele mudando a postura, ficando ainda mais frio e sombrio.

Engulo em seco, nervosa demais.

— E-eu estou apaixonada por você. — Solto, criando coragem para olhar sua reação e me arrependo no mesmo instante.

Ruslan me encara com descrença, raiva e... nojo.

Estremeço sutilmente, querendo conter a vontade de chorar.

Ele suspira pesadamente e da um passo para trás.

— Isso é algum tipo de brincadeira? — Seu tom de voz é pura fúria.

— N-não, não é. — Digo, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Porra. — Xinga, me encarando com desdém. — Escuta aqui, você é apenas uma criança, menina. E mesmo que fosse mais velha, a sua irmã me parece mais interessante.

Pisco várias vezes, sentindo algo rachar dentro de mim.

Lágrimas grossas descem pelo meu rosto, contra a minha vontade.

— Não sei o deram pra você, para ter a coragem de me confessar algo tão inútil, mas sugiro que não dirigia mais uma palavra à mim. — Decreta, e passa por mim furioso, me deixando com pedaços do que um dia foram um coração.

Depois de ser rejeitada, agi no automático.

Retoquei a maquiagem e voltei até a mesa da minha família, sendo alvo do olhar questionador de Anna.

NELLI - A GÊMEA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora