CAP 10

950 53 6
                                    


NELLI

Desço do carro, encarando a casa imensa a minha frente.

Vim aqui poucas vezes antes dos meus 18 anos.

Guardo a chave no quarto na bolsa de mão e sigo até porta.

Um dos guardas liberam minha entrada, e me guia até a sala de reuniões do Pakhan.

A sala é enorme, até por que tem que ter espaço para todos os seus membros do conselho e para seus herdeiros.

Vou até meu lugar ao lado do meu pai, ignoro o olhar de todos sobre mim.

É a primeira vez que estou presente como a herdeira da minha família.

Outras pessoas chegam e logo Ruslan começa a falar.

Fico atenta a tudo, e começo a me sentir desconfortável com a arma no cós da calça.

Levo a mão para trás e tiro a colocando em cima da mesa.

Todo mundo para e me encaram assombrados.

Olho para a mesa e vejo que sou a única que fez isso além de Ruslan, ainda não seu tudo sobre a nossa máfia.

Olho para o meu pai, querendo saber se cometi um erro.

Estico a mão para guardar a arma de volta, mas Ruslan nega o movimento com a cabeça quando olho para ele.

A deixo lá, sentindo o olhar de raiva de algumas herdeiras como eu.

Preciso ser mais cuidadosa, não quero ter mulheres querendo me matar por causa desse homem.

A se elas soubessem o quanto ele me detesta e como me rejeitou.

A reunião que começou as seis da tarde acaba quase onze horas da noite.

Quando estou no meio da sala algo esbarra em mim.

Olho para baixo ao escutar algo ronrorando nas minhas pernas.

Um rottweiller enorme me encara e eu fico paradinha.

Vai que ele me ataca do nada.

As pessoas que ainda estavam saindo param ao me verem perto do bicho.

Ruslan aparece junto a uma menininha que reconheço na hora.

— Horse, venha aqui! — Ruslan ordena mais o cachorro nem se mexe.

O bonito passa a esfregar o rosto nas minha pernas, como se quisesse carinho.

Levo a mão livre para acariciar suas orelhas.

O bicho passa a balançar o rabo de um lado para o outro, feliz da vida.

Me abaixo ficando em sua altura, deixo a bolsa no chão e passo a acaricia-lo com as duas mãos.

Horse lambe a lateral do meu rosto, paraliso de início mas logo gargalho.

— Que garotão fofo. — Digo, com a voz carinhosa.

Horse late alto, como se confirmasse que é um bom garoto.

Largo o cachorro quando um pequeno furacão corre até mim e se joga nos meus braços.

— LILI!

A garota de cabelos pretos como o do irmão me abraça apertado, quase me derrubando.

Acaricio seus cabelos macios, e me afasto segurando seu pequeno rosto entre minhas mãos.

Ela é muito fofa.

— Finalmente, você é ainda mais linda do que nas fotos.

Sorrio, ficando tímida com tanta admiração.

NELLI - A GÊMEA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora