CAP 09

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RUSLAN

Incrédulo, observo a ruiva sorrir satisfeita arrancando uma gargalhada da Senhora Nade.

Eu tinha decidido me afastar, e quando dei por mim estava em sua casa para o maldito jantar.

Eu dei tudo de mim para não pedir aquele quadro.

Porra, não me passou pela minha cabeça dar de cara com uma pintura realista dela só de lingirie de renda preta.

A diabinha é gostosa demais.

Fiquei puto ao imaginar um homem a vendo daquele jeito ao desenha-la, e quase gritei de alívio por saber que foi uma mulher.

Acabei indo ao Drakon quando lembrei que poderia ficar com fome, pedi para fazerem o que gosta e depois voltei para casa.

Não dormi nem duas horas pensando nessa maldita ruiva.

As vezes penso que ela é uma bruxa, é a única explicação para meu estado em relação a ela.

Se eu queria ficar afastado por que caralhos eu estou aqui as nove horas da manhã?

Tenho milhares de assuntos para tratar, milhões de coisas para fazer e aqui estou, admirando o sorriso bonito, com as covinhas fundas de brinde.

Ela não perguntou nada, como se o fato de eu estar aqui não importasse, e imaginar isso me deixa possesso.

Não era isso que eu queria? Ficar afastado?

Então por que o afastamento e o desinteresse dela estão me fazendo sangrar por dentro?

Sou um fodido, é isso.

Termino de comer, implorando aos meus olhos que não cedem a tentação de olhar para o corpo coberto por um robe preto.

Espero que esteja usando algo por deixando, não quero pensar em seu corpo nu.

Me levanto da mesa quando ela faz o mesmo.

— Pode me esperar na sala ou no escritório se preferir, vou subir e vestir um roupa apropriada. — Diz, e paraliso olhando para suas íris verdes.

De dia parecem mais claras.

Saio do transe quando a vejo sair, e a sigo, indo esperar no escritório.

Nelli abre uma aponta para a porta do escritório e entra em outra.

Não confiando em mim mesmo para estar perto de sua porta, vou até o escritório.

A casa da ruiva é toda preta, por isso não me surpreendo por ao ver o escritório.

Confesso que achei que tons sombrios não combinavam com ela, mas depois percebi que combinam até demais.

É a sua toca, o lugar que lhe traz conforto, logo, transmite algo que tem dentro de si.

Saber que ela tem um lado sombrio é excitante.

Observo os porta retratos espalhados, e vejo um painel com coisas rabiscadas a mão.

Nelli chega alguns minutos depois, com a roupa de treino que usamos.

A calça preta colada ao corpo, junto com a regata também preta e um coturno nos pés.

— Se puder ser rápido eu agradeço, meu dia está cheio. — Diz, e mostra a sua cadeira para eu sente.

Ignoro e fico de pé assim como ela.

Travo no lugar sem saber do que falar, não sei nem por que estou aqui.

— Amanhã farei uma reunião na minha casa, esteja lá. — Digo, e realmente farei a reunião.

Estamos sofrendo baixas dos soldados, e tivemos algumas cargas roubadas.

Tudo indica para os monarcas do caos.

Não explico a razão e ela não pergunta.

— Era só isso? — Pergunta, me analisando.

Ser alvo da sua atenção tão diretamente mexe com minhas estruturas.

— Sim, o que mais seria? — Retruco analisando-a também.

A ruiva suspira, fechando os olhos com força.

— Fique a vontade, preciso ir. — Responde apenas e logo está saindo sem uma reposta minha.

Resposta essa que eu não tenho.

Tento não reparar na bunda da ruiva enquanto desce as escadas, mas é impossível.

A ruiva se despede da Senhora Nade, faço o mesmo.

A vejo falar sobre algo com uma dos seus seguranças da casa.

Logo a ruiva entra na lamborghini preta e sai cantando pneu.

Ela é apocalíptica.

Sigo para casa, e estranho ver Sasha em casa, ela deveria estar na escola.

A pequena corre até mim animada, segurando um celular nas mãos.

De onde ela tirou isso?

— Irmão, olha isso, a Lili acabou de postar uma foto, ela é tão linda. — Diz, voltando a olhar para a tela do celular.

Certo, quem diabos é Lili?

— Coala, quem é Lili? — Pergunto, curioso.

Ela me entrega o celular e eu solto um suspiro involuntário.

A ruiva está de frente para um espelho no meio da sala de treinos do pai.

— Não sabia que era próxima da filha de Sergei.

Não fazia ideia dessa aproximação.

— Eu achei o perfil dela e quando vi quem era, começamos a nos falar por chamada de vídeo, ainda não a vi pessoalmente. — Explica.

— E de quem é esse celular? — Pergunto.

— De um dos nossos seguranças, eu pedi e ele me deu. — Diz, inocente.

Não vale nem a pena ir atrás do pobre coitado que deve ter caído na lábia da carinha de anjo.

— Ela virá aqui amanhã, poderão se ver. — Digo, e minha irmã grita animada e começa a dar pulinhos.

— EBAAAAAAAA!

Rio, contagiado.

Me despeço e sigo para o meu escritório.

Resolvo assuntos mais urgentes, e quando dou por mim estou baixando o app e fazendo uma conta falsa para ver as fotos dela.

Várias fotos suas, e não estranho mais ao ver só roupa preta.

Fotos com uma cobra, e as fotos de paisagens são as únicas fotos com cor em seu perfil.

Saio do app e suspiro, não querendo ver todas as fotos com receio de ter alguma com caras.

A noite chega, e Sasha quase não dorme de tão animada para ver a diabinha amanhã.

Eu também mal posso esperar.

NELLI - A GÊMEA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora