Ontem, quando voltei a mesa, acabei me despedindo e voltando ao hotel.Senti que alguém me seguia, mas não pensei demais.
Já no banheiro, tirei toda a maquiagem e todos os acessórios, e fui tomar um banho de água fria.
Depois de enxugar todo o corpo, ainda nua, me deitei na cama.
Desde os 17 anos, gostava de dormir assim, seja nas estações quentes ou nas frias, eu sempre dormia sem nada.
Kate dizia que eu era louca, me deu vários pijamas durantes os cinco anos que estive no Japão, na esperança que eu vestisse, mas nunca usei nenhum.
Cubro o corpo com o lençol macio, e fecho os olhos.
Quando acordo no dia seguinte, depois de pedir o café da manhã, procuro um biquíni nas minhas malas, usando um vestido soltinho por cima, e sigo até a praia.
Gostaria de levar uma bolsa, com pelo menos um punhal ou uma arma, mas seria problemático caso alguém mexesse.
Acredite, já passei por algo assim.
A praia fica a poucos minutos do hotel, e depois de andar um pouco, avisto o vasto mar.
Estranho ter pouca gente, mas assim que tiro as sandálias que tinha no hotel, e sinto a areia da praia, meu peito se agita.
Retiro o vestido, e deixo em cima de uma tenda, junto com a sandália, e corro até a água.
Passo horas dentro da água, tirando os intervalos que saio para tomar sol.
Com a corpo e a mente mais leve saio da água quando vejo meus dedos ficarem enrugados.
Alheia a tudo a minha volta, paraliso a poucos passos de onde estavam as minhas roupas, quando vejo dois homens de ternos, segurando minhas coisas.
Porra, é muito óbvio que não são russos só pelas suas características.
Como diabos me acharam? E como sabem quem sou eu?
— Posso ajudar? — Pergunto em inglês.
Os dois se entreolham e um deles faz um sinal com a cabeça para segui-los.
— Sim, temos algo pra resolver. — Responde, e o outro vem para trás de mim, enquanto o loiro segue na minha frente.
Merda.
Sigo o loiro até estarmos em um estacionamento qualquer, e como em um certo momento ambos passaram a ficar do meu lado, aproveito a distração do careca tatuado do meu lado esquerdo, e acerto seu estômago com o cotovelo, correndo até suas costas, quebrando seu pescoço e pegando a arma de sua cintura antes que caia no chão.
Um tiro pega no meu braço de raspão, e corro até um dos carros, buscando proteção enquanto o homem atira acertando a lataria do carro.
Dou a volta no carro, e vejo o loiro se aproximar olhando para todos os lados, e passo para o carro ao lado, tendo a visão da lateral do seu corpo, e logo atiro em sua costela, fazendo o homem cair de joelhos.
Volto para o outro carro, e entro em seu campo de visão, ficando cara a cara.
— Vem na mão, loirinho. — Chamo, mexendo com o seu ego.
— Mac Soith!— Xinga em irlandês, mas depois passa a usar o inglês.
O infeliz acaba largando a arma no instante em que largo a minha.
Assim que ele fica de pé, corro em seu direção.
O loiro se defende do soco em sua costela, e acerta um no meu ombro ferido.
Xingo até sua última geração, e dou um chute certeiro em sua perna, fazendo ele cambalear.
Aproveito o momento para derruba-lo no chão, sentando em cima dele, e dando socos na sua cara.
O homem não desiste, tenta me tirar de cima dele ao mesmo tempo em que acerta socos nas minhas costelas, e quando um dos socos acerta novamente meu machucado, acabo me desequilibrando, fazendo o homem dar soco na lateral do meu rosto.
Merda, não posso morrer aqui, preciso descobrir quem são eles.
Cheia de ódio, inclino a cabeça para frente, e acerto seu nariz com tudo.
Aproveito e saio de cima do homem, indo em direção a arma, e acertando um tiro em sua perna esquerda.
Espero um pouco antes de me aproximar, usando meu vestido que estava no chão, para amarrar suas mãos.
Sigo até um carro preto, que para a minha desgraça estava traçando, me fazendo erguer a arma para atirar contra o vidro que para meu desespero estava sem munição.
Seguro a arma firme nas minhas mãos, e acerto o vidro, uma, duas vezes, até quebrar.
Estico a mão por dentro, até abrir a porta.
Faço a ligação direta no carro, assim como aprendi com meu pai aos 16 anos.
Abro as portas de trás, e saio do carro, indo até os dois homens e os arrastando um depois do outro, até a lateral do carro, parando um pouco para recuperar o fôlego.
Depois de colocar os dois dentro do carro, fecho as portas, entro no carro e dou marcha.
Ainda de biquíni, vejo os hematomas em todo o meu corpo com mais clareza.
O carro chega a 100 km/h, enquanto dirigo até a casa do meu pai.
Paro na frente dos portões, deixando que vejam meu rosto, e rapidamente me liberam.
Freio na frente da casa, e saio, abrindo a porta gigante e dando de cara com a elite da Bratva sentados na sala.
Assim que me vê, meu pai sslta do sofá correndo em minha direção.
— NELLI! O QUE HOUVE? — É a primeira vez que o vejo tão desesperado.
— Tem um rato dentro do carro, preciso dele vivo, me atacaram na praia. AAAH! — Respondo, e solto um gemido de dor quando ele passa os dedos no meu rosto.
Mas um pouco pro lado e aquele loiro desgraçado teria quebrado meu lindo nariz.
Meu pai ordena um dos guardas que façam o que eu pedi, e sigo até a destilaria, tirando um garrafa de wisk e bebendo direto da garrafa.
Quase metade da garrafa se vai, e sinto meu corpo ficar mais leve, ou mais pesado, nem sei mais.
Ouço várias vozes, mas a minha mente não consegue focar em nada que não seja a garrafa de wisk que continuo bebendo, e em quem quer me matar.
Cambaleo, e antes de dar de cara com o chão, braços fortes me erguem no ar facilmente.
A voz grossa xinga alguma coisa ou alguém, não sei dizer.
Sinto o cheiro que odeio tanto reconhecer e me permito relaxar nos braços de Ruslan.
Me sinto anestesiada, e a escuridão me toma, não sei se pelo sono ou se desmaiei.
A última coisa que me lembro, é da sua voz.
— Descanse pequena, estou aqui agora.
Acho que estava delirando.
*Mac Soith : Filha da puta.
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NELLI - A GÊMEA REJEITADA
RomanceAssim que completa 18 anos, a apaixonada e ingênua, Nelli Pavlova acaba criando coragem para se declarar para o Pakhan, Ruslan Romanov. Ela só não imaginava ser rejeitada e ter seu coração quebrado por ele. - Você é apenas uma criança, menina. E mes...