NELLI - A GÊMEA REJEITADA

CAP 05

NELLI

Respiro fundo, e aproveito o silêncio pra fazer um coque no cabelo.

— Preciso que alguém vá buscar minhas coisas no hotel, e vá buscar meu carro. — Digo, ganhando a atenção de todos.

— Carro? Desde quando tem carro? — Anna pergunta, curiosa.

— Comprei ontem assim que cheguei. — Explica.

— Sua casa já está pronta? — Meu pai pergunta.

Faz um ano que pedi pra que ele contratar alguém pra fazer o modelo da casa que eu queria.

Fica bem perto daqui, e foi com muito custo que meu pai encontrou alguém que aceitasse o projeto.

Eu sou bem detalhista.

Recebi uma mensagem de que estava pronta um mês antes de vim.

Confesso que estou muito ansiosa.

— Casa? Não vai ficar com a gente? — Minha irmã pergunta, com um semblante triste.

Me sinto mal por isso, mas eu queria meu lugar, um lugar pra descansar, pra surtar em paz.

E principalmente um lugar onde o Pakhan apareça diariamente.

— Tem um quarto só pra você, pro papai também, podem ir sempre que quiserem, é pertinho daqui. — Digo, um pouco nervosa.

— É preto? — Pergunta, desgostosa.

Anna odeia preto, sempre pergunta se eu era louca por gostar tanto de preto.

— É Lilás. — Digo, vendo seu sorriso se orelha a orelha, percebendo que é sua cor favorita.

Anna corre até mim, me esmagando em um abraço.

Rio, me contagiando com sua felicidade.

— Com direito a pôster do Namjoon e tudo. — Digo, após nos afastarnos.

Anna arregala os olhos, pulando e gritando.

Se eu sou obcecada por katanas, Anna é obcecada pela banda de Kpop.

— Já disse que te amo? Te amo muito Dark Twin. — Balanço a cabeça incrédula pela o apelido que ela me deu aos 15 anos.

A alegria foi tanta que esquecemos completamente que Ruslan estava aqui.

Sinto minhas bochechas arderem pela vergonha.

Meu pai sai do quarto junto com Ruslan, e os seguimos.

Papai entra no escritório com o Pakhan e fico na porta.

Meu pai volta com uma chave na mão e me entrega.

— Espero vocês hoje amanhã a noite para o jantar. — Convido, e percebo que Ruslan me encara como se tivesse ansioso.

Franzo o cenho sem entender e faço algo que com certeza vou me arrepender.

— Está convidado também Senhor Ruslan, se tiver tempo livre é claro. — Convido, ciente que não terá tempo.

— Tenho um compromisso, não poderei ir. — Diz, voltando para a pose de senhor dos gelos.

— Emil está no Drakon hoje? — Pergunto, enquanto ele me acompanha até a saída.

Emil é a pessoa responsável pela minha casa de luta ilegal que abri a quatro anos atrás.

Apenas ele e meu pai sabem que sou a dona.

— Sim. — Responde, e agradeço por não entrar em detalhes na frente de Anna e Ruslan que veio junto.

— Drakon? A casa de lutas? — O Pakhan pergunta, parecendo interessado, isso porque não sabe que sou a dona.