CAP 15

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Aprecio a água morna, enquanto bebo o wisk que Nade trouxe.

Finalmente um momento de paz.

Sem emboscadas, sem ameaças...

Talvez eu pergunte ao meu pai se os herdeiros podem ter férias.

A paz não durou muito, ao contrário dos cômodos do segundo andar, o primeiro não é a prova de som.

Tento ignorar enquanto tento focar na música que toca.

Logo Anna surge, seguida de Nade e a pequena Sasha.

Paraliso, quase engolindo a água da piscina quando lembro da ameaça.

— Você ainda não perdeu o hábito de ficar pelada? — Anna pergunta.

Sorrio, dando de ombros.

Nade se aproxima com um roupão nas mãos, saio da piscina ouvindo o gritinho de Sasha.

Visto o roupão e encaro as três, semirrando os olhos ao ver que minha irmã e Sasha estão arrumadas demais.

— Então, o que houve? — Pergunto.

— Festa na empresa do meu irmão! — Sasha responde empolgada.

As lembranças da última festa que fui lá e o que aconteceu.

Anna me entrega um sorriso triste, quase de pena e eu odeio isso.

Fiz a escolha errada, gostei da pessoa errada e só.

Saio do local e sigo até a as escadas na sala.

— Não fui informada, logo, não fui convidada. — Informo, até aliviada.

— Não pode ser! — Ouço Sasha resmungar e continuo andando.

Vejo meu pai e Ruslan no meio da sala e os ignoro subindo as escadas.

— Boa festa. — Digo, no último degrau.

— Você também vai, Nelli Pavlova. — Paro ao ouvir a voz de Ruslan.

Não um pedido, quase uma ordem.

Não interrogando e sim afirmando.

— Já viu alguém ir a uma festa sem ser convidada, Senhor Ruslan? — Pergunto, levemente irritada, o encarando por cima dos ombros.

— O Pakhan convidou a família toda Nelli, devo ter esquecido de informar a você. — Meu pai diz, e eu suspiro.

— Podem ir na frente, eu vou demorar. — Digo.

— Eu espero. — Ruslan e meu pai dizem na mesma hora, arrancando risadinhas das duas pestinhas que sobem as escadas.

Sigo até o quarto, tomando um banho digno, usando os produtos que tanto amo.

Um caminho sem volta, todos os produtos que uso tem o cheiro ou a essência de baunilha.

Seja shampoo, hidratante corporal, até mesmo meu perfume.

Sou obcecada pelo cheirinho desde sempre.

Anna me ajuda a secar meu cabelo, deixou até as pontas enroladas.

— É lindo e... enorme. — Sasha diz, encarando meus cabelos.

Sorrio, meus cabelos quase passam da bunda de tão grande que estão.

E eu amo assim, corto as pontas de vez em quando, mas nunca passa disso.

Pelo espelho vejo que preciso retocar a raiz.

Entro de lingire no meu closet, não sabendo o que usar.

— Mas são todos... pretos. — Sasha resmunga fazendo Anna gargalhar.

NELLI - A GÊMEA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora