CAP 02

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Dou um passo a frente, e ela dá um passo atrás.

— Eu não sabia que ele infeliz era casado, e a Senhora não deveria vim tirar satisfação comigo e sim com seu marido ele é o casado, não eu. — Digo, o tom de voz calmo, poderia enganar qualquer um.

— V-você o seduziu, é tão culpada quanto. — Gagueija, dizendo mais absurdos.

— Eu não não preciso seduzir ninguém, eu já disse e vou dizer uma última vez, eu não sabia que ele era casado.

A mulher parece ainda não acreditar, e me pego pensando o quão bonito deve ser esse traste, pra que ela pense algo assim.

Deixo a bolsa de mão, em uma das mesas próximas, e volto a me aproximar.

— Sabe, meu pai nunca levantou a mão pra mim, e eu não apanho de graça. — Seu olhos castanhos se arregalam no mesmo instante em que minha mão acerta seu rosto.

A mulher cai no chão, e me repreendo por não ter lembrado de conter minha força.

Droga, a mulher tem a marca dos meus dedos no rosto.

Espero que seus ossos estejam saudáveis.

Faço um gestão para os seguranças, e quero elogiar o quanto são inteligentes por logo estarem tirando a mulher da minha visão.

Ao virar no lugar, dou de cara com três pares de olhos arregalados.

Meu pai estreita os olhos para mim, e levanto as mãos em rendição.

— Juro que era apenas um tapa, não imaginei que ela fosse fraca. — Digo meia verdade.

— Lili, eu sinto muito. — Anna lamenta, e dou de ombros, fingindo normalidade.

— Tudo bem, mais atenção na próxima, por favor. — Peço, deixando as emoções voltarem sem pressa.

Não imaginava que Ruslan fosse tão ruim em disfarçar, o olhar do homem me queima em cada respiração que eu dou.

Se tem algo a falar que fale, e se não vai falar que pare de me encarar feito um maníaco.

Após a festa continuar, bebi três dose de wisk, e perceber que o poste de olhos azuis não ia sair de perto, resolvo sair eu.

Sigo até o banheiro, sem falar nada. Aproveito para descoborrar o batom.

Estava lavando as mãos, quando a porta do banheiro se abre.

Não fiz nada, achei que era uma mulher e me enganei quanto a porta foi fechada e seu cheiro chegou até mim.

Fecho os olhos, tentando entender o que ele está fazendo.

Quando os abro, nosso olhares se encontram pelo reflexo do espelho.

Ok, eu superei esse homem mas deixar com que fiquemos no mesmo ambiente como se fossemos amigos já é demais.

É demais pra mim.

— Errou de banheiro. — Aviso, torcendo para me seja isso.

— Você está aqui, então aceitei. — Pronto, bastou cinco fodidas palavras, pra esse órgão traiçoeiro acelerar de novo.

Era só o que faltava.

Escosto o corpo da parede, ficando de frente para ele.

— Sugiro parar de beber por alguns minutos, está ficando bêbado. — Acabo dizendo.

Mulher, fica em silêncio e vá embora.

— Está diferente... — Diz baixinho, e não se está falando comigo ou com ele próprio.

NELLI - A GÊMEA REJEITADAOnde histórias criam vida. Descubra agora