A FORÇA DO LOBO ESTÁ NO BANDO

3 2 1... AÇÃO!

Como haviam combinado, alguns líderes se reuniram em um antigo edifício até então abandonado que foi muito usado por lobisomens durante períodos de guerra para reunião e estratégias e outros planejamentos. Todo o local estava todo sujo, com poeira, teias de aranha e iluminação antiga falhava as vezes. Mas ainda assim estava de pé e bem conservado mesmo com as ações do tempo. E lá estava Dalila junto com Malik e uns outros.

Não podia negar que Dalila se sentia inferior ali. Apesar de também ter um cargo de liderança, Dalila... Dalila era analfabeta! Assim como muitos em seu bando, Dalila nunca teve a oportunidade de ir a uma escola assim como o seu pai. E um dos motivos dela de ter ido embora do deserto, foi para que seus filhos pudessem ter oportunidades melhores que ela.

Por nunca ter ido a escola, Dalila não conseguia emprego e dependia do dinheiro de algumas pessoas de seu bando que com dificuldade conseguiram um trabalho. Em um cantinho do acampamento, tem uma caixinha, onde cada um coloca o valor que quiser ou puder. Quando a caixa fica cheia, Dalila abre, conta o dinheiro e começa a separar para as necessidades de todo o grupo. Para aqueles que têm família, a maior parte tem que ficar com a família, disso Dalila não abre mão.

Há 7 anos quando já havia se tornado líder, Dalila estava arrumando tudo e ajudando a todos para que pudessem ir embora do deserto e estava contando com a ajuda de Adam. Resumidamente, Adam e Dalila, foram em um país vizinho, roubaram um barco e seguiram para a direção do deserto onde os outros estariam esperando. Nem Adam, nem Dalila sabiam dirigir um barco, aprenderam na hora. Houveram alguns contratempos, mas todos conseguiram embarcar e mesmo com a marinha no encalço, conseguiram sair dali atravessando o canal de Suez que liga o Egito ao Oriente médio e indo em direção ao estreito de Gibraltar, que separa o Marrocos da Espanha. Dalila não iria tentar atravessar o Oriente médio para tentar chegar na Europa, visto que era uma região um tanto quanto instável dependendo do país e por mais que quisesse parar e descer na Espanha, as autoridades da marinha ainda estavam em alerta com o roubo do barco.

Dalila não viu outra opção, a não ser seguir em frente. A mesma coisa que os portugueses fizeram para chegar as Índias, mas na verdade acabaram chegando no Brasil, era o que a mulher iria fazer e bom... Ela acabou entrando no mar do Norte, cuja as ondas são violentas e não dão um segundo de descanso. É um mar bravo! Somente pessoas com experiência e boa orientação e uma boa embarcação conseguem nadar com um pouco mais de tranquilidade. E a única experiência de Dalila, era a fé!

A embarcação afundou e os corpos de todos foram arrastados as terras norueguesas. Ao recobrar a consciência, viu que alguns já tinham acordado. Esfregou os olhos e ainda conseguia sentir o gosto salgado na boca. Imediatamente procurou seus filhos. Achou Victor de um lado que ainda estava inconsciente, mas estava vivo ao menos. Entretanto não achou Agar! Olhou para um lado, para o outro e nada. Mas ao olhar para frente, viu um pedacinho de gente que a onda trouxe e entrou em desespero!

– AGAR!!!! AGAR, ACORDA! - Pegou a bebê no colo, os lábios e o corpo roxo e todo durinho. A mulher não parava de chorar. – Meu bebê por favor não... Acorda... Acorda...

Com os gritos, Natasha se levantou, ela estava vendo se seus filhos estavam bem, o mais velho ainda vomitava água salgada. Ela correu em direção a amiga e pegou a bebê no colo e começou a fazer manobras de ressuscitação. Ela também estava desesperada, mas queria manter a calma pela amiga. Agar não estava respondendo.

– Pelo amor de deus, volta para a mamãe por favor, por favor minha princesinha... - Ela pega a bebê do colo de Natasha e a abraça com força, querendo esquenta-la. – Abre os olhos, não me deixa sozinha... - Ela implorava ao choro.

Outros já tinham acordado e também estavam preocupados. A aquela altura do campeonato, estavam prontos para fazer mais um enterro. E esse ia ser inesquecível e não de um jeito bom.