Gabriel

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Nascido pobre na Transilvânia, Gabriel sempre foi trabalhador. Era o segundo mais velho de oito irmãos. Filho de Dumitre um cigano romanichel e sua esposa Ileana. Gabriel procurava serviços por fora, além de ajudar o seu pai com o pequeno comércio que tinha, era o que os ciganos conseguiam na época. Sua mãe Ileana era artesã e as vezes cantava em tavernas com as suas filhas.

Eram seminômades, estavam na Transilvânia a pouco tempo e ficariam lá por um período. E foi durante esse tempo que Gabriel conheceu a jovem Alba. Cabelos loiros escuros e olhos cativantes. Ela não se importava pelo fato dele ser cigano, ela o amava! Pelo menos era o que ela dizia. Sua mãe fazia cordões, pulseiras e outros acessórios para que Gabriel desse como presente para Alba. No entanto, Dumitre, seu pai, não gostava de Alba e aconselhava o seu filho a se afastar dela.

- Ela não é má pessoa pai! - Disse Gabriel se deliciando com o guisado de sua mãe.

- Ela não é cigana Gabriel! Ela não é uma roma. Só por isso ela não é para você garoto, escute seu pai! - Disse Dumitre bebendo água.

- Você tá criando problema demais para ele Dumitre! Deixa ele amar uma não cigana. - Disse Ileana.

- Não, não. Eu sei o que eu estou falando. Há tempos que casamos com ciganos e nunca deu problema. Minha mãe era vidente e eu tenho esse lado dela. Essa Alba, não é coisa boa pro nosso filho!

Mesmo com os avisos constantes do pai, Gabriel continuava a se encontrar com Alba. Até que um dia, ele saiu na calada da noite para se encontrar com a sua amada. Sempre que a via, seu coração disparava, já tinha até conversado com a sua mãe sobre um anel de casamento.

Ao chegar, Alba estava sentada na grama com um sorriso no rosto e o chama com a mão para que o mesmo sentasse ao seu lado e assim Gabriel fez. A conversa foi longa, recheada de juras de amor e sentimento.

- Você não precisa deixar a sua vida cigana Gabriel, eu posso ir junto, te acompanhar. - Disse Alba.

- Meu pai não vai gostar. Ele... Não gosta de você! - Respondeu Gabriel. - Por isso, quero casar-me contigo e ir embora da Transilvânia. Vamos construir uma vida juntos!

- Haha, você é o melhor Gabriel! - Disse Alba acariciando os cabelos do rapaz.

A conversa continuou. Mas o clima mudou quando Gabriel disse que tinha que ir embora, pois queria dormir um pouco, antes de levantar cedo para ir trabalhar com o pai.

- Mas a noite é nossa Gabriel. Você sabe que é difícil me ver por conta do seu pai e você vai embora cedo? - Disse Alba que se levantou junto com Gabriel.

- Já sou um homem Alba. Uma hora meu pai terá que respeitar a minha decisão. Voltarei a te ver, não se preocupe! - Ele sorri.

Ao dar as costas e caminhar um pouco, Alba para na sua frente usando a sua velocidade. Gabriel se assusta e olha para trás procurando Alba, tentando entender o que havia acabado de acontecer. Ao olhar para frente, Alba o segura e morde seu pescoço. Gabriel tenta lutar para sair daquela situação, mas estava ficando cada vez mais fraco, até que sua vista escurece.


Gabriel acorda com sua mãe chorando ao lado segurando a sua mão. Estava pálido, o cabelo ficou branco como algodão. Ao ver que o mesmo havia acordado, ela o abraça forte.

- Gabriel, o que aconteceu meu filho? - A mãe pergunta aos prantos.

- Eu... Eu não sei mãe... Minha cabeça está confusa. - Gabriel Respondeu.

- FOI AQUELA DESGRAÇADA DA ALBA, EU TENHO CERTEZA!!! - Dumitre gritou entrando de abrupto na tenda onde seu filho estava acamado.

- Para de colocar a culpa na garota! - Ileana vai para a frente do marido o repreendendo.

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