É caça? É caça!

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Um dia se passou e Dalila acorda anestesiada. O dia anterior foi positivo, fez a energia depressiva da mulher, vibrar forte de tanta alegria. Dalila estava enxergando um futuro, estava enxergando gradativamente, respostas para vários porquês. Se sentia importante e amada!

Eram nove e cinco da manhã e a mulher foi no quarto dos filhos ver se os mesmos haviam acordado. Ao chegar lá, estava os dois de boca aberta roncando. A mais velha ri e se afasta devagarinho para não acorda-los e vai ao banheiro. Ela já imaginava o que poderia ter acontecido e ao abaixar as calças, estava lá... Tudo sujo de sangue. Ela respira fundo, tira tudo e põe para lavar. Após fazer isso ela toma um banho e vai na cozinha fazer um café da manhã.

O dia estava lindo, clima ensolarado, nada poderia acabar com ele... A não ser... Uma ligação de Malik:

- Alô? Dalila?! - Perguntou o rapaz do outro lado da linha.

- Sim, Malik. O que foi? - Respondeu a mulher.

- Você pode me ajudar? - Sua fala era carregada de inquietação.

- Claro que posso, o que houve? - Dalila responde calma.

- Você... Pode resgatar o Ivan...? - Ele diz. - É claro que eu iria, mas... Eu não quero que meu bando vire alvo.

- E você quer que o meu vire? - Responde séria.

- N-não é isso que quero dizer. Se o seu bando acabar virando alvo, pode contar comigo, vou te defender! - Ele estava nervoso.

Malik era jovem ainda e o bando dele era grande, com mais de 10.000 lobisomens. Era um pouco compreensível ele não saber ao certo o que fazer e pedir ajuda a única melhor amiga mais velha e com mais experiência.

Dalila respira fundo...

- Tá bom Malik. Eu faço. Vou passar aí para pegar a localização, entendeu? Você vai ter o Ivan de volta!

- Obrigado Dalila! - Ele agradece feliz e desliga.

A mulher solta um longo suspiro. Passa os dedos entre os cabelos, penteando-os para trás. Por um momento, questionou sua decisão. Mas era Malik, o jovem Malik! Aquele que a ajudou quando chegou na Áustria. Apesar da barreira do idioma, Malik não hesitou em ajudá-la. Construiu casas para todo o bando de Dalila, lhe entregou geradores de energia, que mais tarde foram substituídos por placas solares. Ajudou Dalila a achar uma escola para os filhos e também a ajudou com muitas outras coisas e sempre que a mulher precisar, ele estará ali, pronto para ajudar!

Com isso em mente, Dalila não deu para trás. Ela sabia que se recusasse, Malik ia entender. Mas boas relações são construídas com esforço de ambas as partes e assim, a mulher esperou passar um pouco o dia. Tinha que deixar suas crias de buxinho cheio antes de sair. O filho mais velho sabia cozinhar um pouco, mas Dalila tinha um pouco de receio de alguma coisa acabar dando errado.

Perto de meio dia as crianças acordaram. Victor foi para a cozinha ver o que ele poderia fazer para tomar café da manhã e enquanto procurava, ouviu a porta da frente abrir e ao olhar, era sua mãe entrando.

- Para mim você só ia acordar amanhã! ‐ Disse a mulher indo em direção ao seu filho.

- Bom dia mãe... - Ele dá um sorriso amarelo, estava com a cara toda inchada.

- Bom dia meu menino... - Ela o abraça e lhe dá um beijinho na testa. - ... Eu vou ter que sair tá bom? Emergência! Pode olhar a sua irmã enquanto eu estiver fora? Qualquer coisa você pode falar com a Natasha para ela ajudar.

- Tá bom! A senhora vai demorar? - Perguntou o rapaz vasculhando a geladeira.

- Eu espero que não! - Respondeu preparando um café da manhã para Agar e o mais velho.

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