Após seu encontro com Felipe, Dalila estava de volta para casa. Dias se passaram e a mulher junto com Adam e alguns poucos lobisomens, voltaram para o acampamento destruído onde Ivan estava preso. Ao chegarem lá, reviraram tudo o que sobraram e em dado momento, ouviram passos de alguém se aproximando e se esconderam. Era um vampiro!
- Que bagunça! E ela ainda quer reaproveitar o lugar. - Ele mexe em algumas coisas. - Vai dar um trabalhão.
Adam não perde a oportunidade e dá o bote. Ele derruba o homem que se levanta rápido e tenta correr, mas é pego por Mikhail que o segura firme. Dalila sai de seu esconderijo e caminha até o rapaz que tenta sair a todo custo.
- O que eu te perguntei Adam?
- Hum? Como é que vou lembrar? - Respondeu Adam a Dalila.
- Eu te perguntei se você tinha vasculhado tudo direito. - Ela diz.
- Eu sou lobisomem, não adivinho. Como eu ia saber que ia aparecer alguém aqui? - Ele responde colocando as duas mãos na cintura e olhando para ela.
- "Eu faço tudo perfeito..." - Ela debocha imitando uma vozinha. - E não passou na sua cabeça fazer ronda pelo acampamento? Não passou pela sua cabeça que Lucille não ia deixar isso abandonado?
- A líder é você, não eu! - Ele cruza os braços. - Eu obedeço ordens.
- Você é o meu braço direito desde a saída do deserto. Você tem todo o direito de opinar. Não só você mas todos os outros! - Ela se aproxima dele.
- Tá, então eu tenho que fazer tudo independente de ordens ou não e você fica sentada aproveitando a brisa e coçando a boceta o dia todo? - Ele a encara e leva um tapão no rosto que o tirou do lugar.
- Olha como fala comigo!! A situação está difícil e as coisas só pioram. Eu tive que vir pra acontecer alguma coisa!
- Você veio porque você quis, eu ia voltar aqui de toda a forma. Você está arranjando motivo para querer brigar comigo! - Ele responde. - Se você está se sentindo incompetente, a culpa não é minha! Eu tenho quarenta anos e em todos esses anos de vida, eu sempre fiz de tudo para ajudar o seu pai, seu irmão e qualquer um que quisesse. - Ele se aproxima dela. - Quando todos morreram, doeu em mim e eu fiz questão de me aproximar mais de você, pois eu sabia que você iria precisar de uma firmeza para seguir em frente e cá estou eu! Mesmo após tudo que eu passei do seu lado eu ainda estou aqui. Poderia ter ido embora e ter deixado você para lá, mas não, eu penso em todo mundo antes de tomar qualquer decisão. - Ele respira fundo. - Se você quer algo bem feito, então faça você mesma porque esse... - Ele aponta para todo o lugar, se referindo ao fato das vezes em que foi para o acampamento buscar pistas ou respostas. - Esse é o meu "perfeito"! - Ele se afasta.
A volta pra casa foi silenciosa. Talvez não tão silenciosa, pois o rapaz de nome Nino, não parava de tagarelar.
Ah... A cabeça de Dalila girava em problemas e preocupações. Ela queria extravasar de algum jeito e descontou em Adam que nada tinha a ver. Às vezes ela sente que sua mente Vai explodir ou que ela vai apagar a qualquer momento.
Milana... Sua irmã gêmea e Maxim é seu pai de verdade. Quem diria que ela ainda tem família? E ainda tem uma alcatéia a milhares de quilômetros da Áustria. Como eles são? Como eles estão? Será que sabem ou ainda se lembram de quem é Dalila? Seu peito aperta em ansiedade e ela sente seu coração acelerar. Sua respiração aumenta, seu corpo fica quente, seus pensamentos aceleram, sua pupila dilata, suas mãos começam a tremer. Dalila inspira e expira, tentando retomar o controle, mas no momento parece que ele não existe.
Ela olha através da janela do carro, tentando se distrair com a paisagem, mas não tava dando certo. Ela não sabe o que está acontecendo, seu corpo está entrando em erupção e ela não sabe o que fazer. Coisas do passado invadem a sua mente e a fazem sentir culpada. A transformação prematura de Agar, o uso de drogas, bebida alcoólica e dirigir no meio da madrugada sem dizer nada a ninguém. A morte de seus familiares, o naufrágio e quase morte de Agar, o distanciamento e tristeza de seu filho mais velho, a discussão com Adam, a guerra chegando, pessoas morrendo, país estrangeiro, depender do dinheiro dos outros para sobreviver. Eram como se tivessem vozes em sua cabeça, dizendo que é inútil, imprestável, que não vale nada, que é burra, patética, péssima mãe, péssima amiga e líder. As batidas do coração estavam tão altas que ela estava conseguindo ouvi-las. Não só ela, mas Adam que estava dirigindo também.
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A FORÇA DO LOBO ESTÁ NO BANDO
Loup-garouApós perder seu marido, seu pai e seu irmão, Dalila assume a liderança da alcateia mesmo sem saber como exercer tal posição. Agora viúva e mãe solteira de 2 filhos, Dalila tem que lidar com os vampiros ameaçando seu povo e outros lobisomens. Já houv...