A movimentação no castelo de Lucille estava a todo vapor. Caminhões com flores, buffet, decorações de época, iluminação, vestido, terno, maquiagem e por aí vai. A rainha não parava nem um segundo, estava sentindo dores nas pernas de tanto andar por aqueles extensos corredores.
Do outro lado, o noivo. Senhor Vladimir Tepes observava toda a movimentação pela janela de seu quarto. Lhe fez lembrar o seu primeiro casamento, com a sua amada. Ela estava linda e sorridente e por um momento, Vlad sorriu com aquela memória e sentiu saudade.
"Toc toc"
- Senhor Vlad? Posso entrar? - Perguntou um dos empregados.
- Sim! - Respondeu o mais velho ainda olhando todos os preparativos pela janela.
- Suas roupas e outras coisas para o senhor tomar banho! - O empregado põe em cima da cama. - Vou auxiliar-lhe se caso for preciso.
- Ajuda para um banho? - Ele sorri de lado.
- As coisas estão muito diferentes hoje em dia. Mas fica a seu critério, senhor.
Vladimir se dirige à cama e pega as coisas para tomar banho. No entanto, ele olha para um lado e para o outro e em seguida para o empregado.
- Precisa de algo, senhor?
- Quando vai chegar a banheira? - Perguntou o mais velho.
- Banheira? Senhor, neste quarto tem chuveiro. É tão bom quanto uma banheira! - O empregado responde sorrindo.
- O que diabos seria um chaveiro?
- Chuveiro, senhor! Por favor, me siga! - O empregado anda na frente em direção ao banheiro.
É, de fato tinha muitas coisas diferentes e por um lado, era gostoso descobrir coisas novas. Os séculos avançaram e tudo se modernizou. Era estranho para o mais velho pois era a primeira vez que ele estava vendo muitas coisas por ali. Não se usa mais velas, lamparina, candelabros para iluminar. Agora é tudo preso no teto e dependendo alguns ficam presos na parede conectados por algo chamado fio que é conectado a algo chamado eletricidade. As pessoas andam com pedaços de pedras pequenas nas mãos que ele soube que eram telefones, não se usa mais cartas para comunicação. Um século novo e tudo novo. Queria ver como seriam as coisas em seu casamento. Ainda não está acreditando que vai se casar. Seu coração sempre pertencerá a Justina. Mas desde quando casamento não é político?
- O senhor põe sua toalha aqui, o roupão aqui e é ali que liga o chuveiro! - Ele diz tudo sorrindo.
- Então isso é chuveiro? Interessante! - Ele se aproxima um pouco e logo tira suas roupas.
- Senhor!!! - O empregado vira o rosto. - Poderia esperar um pouco para eu sair!
- Somos ambos homens, qual o problema? - Ele olha de novo para o chuveiro. - Então é só eu abrir que a água cai? Igual uma cachoeira?
- Não há problema nenhum, é só uma questão de respeito e sim, é só abrir o chuveiro e também tem como regular a temperatura caso queira um banho quentinho.
- Vocês controlam a temperatura? Que tipo de magia é essa?
- Uma magia chamada ciência, senhor! As coisas evoluíram e com isso nós conseguimos água quente não só para fazer chás ou comida, mas também para tomar banho. - Ele vai em direção a porta. - Quando terminar coloque o roupão e saia, voltarei em poucos minutos para lhe ajudar a se vestir! - Ele faz uma reverência e sai do banheiro e logo em seguida sai do quarto.
Lucille não parava de atender ligações e de receber pessoas para continuarem a montar o casamento. Ela sabia que era cansativo mas mão sabia que era tanto. Por um momento até pensou em desistir.
- Luciii!!! É urgente! - Disse uma das empregadas. - O bolo vai atrasar!
- O que? Por que? Eu paguei adiantado!
- A confeitaria confundiu as datas e está preparando tudo só agora!
- Majestade, venha provar um dos pratos para ser servido! - Disse um outro empregado.
- Prova você, qualquer coisa para vampiro está bom, isso não alimenta a gente! - Respondeu Lucille voltando a andar.
- Majestade, majestade! - Mais um empregado. - Parece que algumas das flores é de plástico!
- Como é???? Me mostra agora! - Ela, junto com o empregado, vão até às flores de plástico. Lucille pega em algumas pétalas para sentir a textura. - Desgraçada, preguiçosa! Pegue todas essas flores e devolva, eu não paguei por algo de plástico!
- M-mas achar outro serviço agora, vai demorar muito, pode não dar certo!
- NÃO INTERESSA! O que eu mais tenho é dinheiro, eu pago o quádruplo o sêxtuplo se for necessário!!! Vai fazer o seu trabalho! - Ela ordena.
- Majestade, vamos provar seu vestido! - Disse umas das empregadas sorrindo.
As duas caminham até o quarto de Lucille, onde estaria a costureira e o vestido. Quem diria? Nem mesmo a jovem rainha acredita. Será que ficará tão linda quanto sua finada mãe? O casamento é algo especial, é um dia único, mas não para Lucille. Estaria se casando com alguém que não ama e tudo isso para afirmar mais o seu poder. É seu dever honrar o seu sangue, sua família e portanto, não há espaço para amor!
- Ficou bom? - Perguntou a costureira sorrindo.
- O que você acha? - Perguntou Lucille se olhando no espelho que era encantado e por isso ela conseguia ver seu reflexo.
- E-eu acho que está lindo senhorita! Talvez um pouco folgado, mas está lindo, perfeito! - A empregada dá um leve sorriso.
- Você é uma puxa-saco! - Ela olha para a costureira. - Você só tinha um trabalho e ainda sim conseguiu errar minhas medidas - Ela fala em um tom moderado. - Eu sou magra, pequena, não tenho nenhum volume e você conseguiu errar essa porcaria!!!!! É o meu casamento, meu primeiro e único casamento e olha essa cor!!! Eu não pedi um vermelho cor de menstruação de velha, eu pedi um vermelho vivo e aveludado e esse vestido não é nem uma coisa e nem outra. - O rosto de Lucille estava vermelho. - Por que está tudo dando errado no meu casamento? - Ela fala em tom choroso.
- E-eu posso consertar, não se preocupe! - A costureira tenta se redimir.
- Você vai consertar a surra que eu quero te dar agora!!!!! - Lucille começa a tremer de nervoso. - Está demitida, sai da minha frente!!!
- Espera senhorita!!! - A empregada se põe entre as duas. - Pense melhor, se fizer isso, nenhum outro ateliê ou costureira, irá aceitar seu pedido! E o vestido não ficará pronto até o casamento! - Ela diz olhando fundo nos olhos da mulher. - Nós temos ótimos costureiros também, deixe-a trabalhar com eles, vai ser mais rápido.
Lucille respira fundo e sai do vestido.
- Conserte esta merda de acordo com os meus gostos. - Ela joga o vestido na direção da mulher. - Ou eu vou usá-lo para limpar o seu sangue!!!
- É para já! Mais uma vez me desculpe!
- Por aqui, senhora! - A empregada vai junto com a mulher.
- E ISSO SERÁ DESCONTADO DO SEU PAGAMENTO!!!! - Lucille berra e coloca suas roupas de volta.
Assim que sai do quarto e vai ver como está o andamento das outras coisas e situações, outro empregado chega.
- Majesta...
- Chega! Chame a Thalita, imediatamente!!!
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A FORÇA DO LOBO ESTÁ NO BANDO
WerewolfApós perder seu marido, seu pai e seu irmão, Dalila assume a liderança da alcateia mesmo sem saber como exercer tal posição. Agora viúva e mãe solteira de 2 filhos, Dalila tem que lidar com os vampiros ameaçando seu povo e outros lobisomens. Já houv...